
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
Você já parou para pensar que sua idade de fato pode ser menor ou maior do que aquela registrada no RG? A ideia pode parecer inusitada, mas faz cada vez mais sentido dentro da medicina regenerativa, área que vem ganhando espaço por propor estratégias para recuperação de tecidos e até para manter o corpo mais jovem — de dentro para fora.
A médica Andréia Antoniolli, especialista em medicina regenerativa, explica que existe uma diferença importante entre o tempo cronológico (a idade que marcamos no calendário) e a saúde das nossas células, que determina a chamada idade biológica.
Para saber qual é a sua verdadeira idade biológica, é preciso fazer exames específicos que avaliam o funcionamento do organismo em nível celular. A boa notícia? É possível reverter parte dos danos do envelhecimento.
"Estamos avançando em métodos que ajudam na regeneração do corpo tratar lesões de pele, problemas ortopédicos e até doenças crônicas", destaca a médica.
Essas terapias, combinadas com mudanças de hábitos — como alimentação balanceada, atividade física e até práticas mais ousadas, como banhos gelados pela manhã — ajudam a retardar o envelhecimento e até a reverter sinais já existentes. Daí surge a ideia de comemorar um "aniversário negativo"', ou seja, ter uma idade biológica menor do que a cronológica.
Envelhecer bem vai muito além do físico. Nos últimos anos, especialistas vêm chamando atenção para outro pilar fundamental da longevidade: a saúde social. O termo pode ser novo, mas o conceito é simples: cultivar relações.
A ideia ganhou força principalmente após a pandemia, período em que o isolamento social acentuou o individualismo e elevou os casos de adoecimento mental em todo o mundo.
A cientista social Kasley Killam, formada em Harvard e autora do livro "A Arte e a Ciência da Conexão", é uma das principais vozes nesse movimento. Para ela, saúde social é a capacidade de se conectar com os outros de maneira verdadeira e constante — o que exige escuta ativa, tolerância ao contraditório e disposição para o diálogo.
Ou seja, somos seres sociais. Precisamos desses vínculos afetivos. O outro não é o céu nem o inferno — é parte fundamental do nosso processo de autoconhecimento e superação.
Isso significa que agendar um café com os amigos, manter o contato com a família (mesmo à distância) ou simplesmente conversar com pessoas fora do seu círculo mais íntimo pode ser tão importante quanto cuidar da alimentação ou fazer exercícios.
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