
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno
O Dia Mundial do Autocuidado, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2011 e celebrado em 24 de julho, nasceu com o objetivo central de conscientizar sobre a importância dos cuidados básicos para uma vida saudável. No entanto, existe uma barreira significativa nesse processo: a falta de alfabetização em saúde. Ou seja, a ausência de uma educação voltada para o entendimento do autocuidado, abrangendo informações sobre alimentação, ritmo de vida e até mesmo a compreensão de exames médicos.
Recentemente, um estudo global revelou que a melhoria dessa educação pode impactar diretamente o Produto Interno Bruto (PIB) e gerar bilhões em economia. O novo Índice de Inclusão em Saúde, desenvolvido pela Economist Impact com o apoio da Haleon (grupo líder em saúde do consumidor e autocuidado), aponta um dado surpreendente: um aumento de apenas 25% nos níveis de alfabetização em saúde em 40 países poderia gerar uma economia anual de US$ 303 bilhões.
No Brasil, o índice projeta uma economia potencial de US$ 10 bilhões caso haja uma educação efetiva nessa área. O estudo detalha os benefícios econômicos e os ganhos na saúde da população. A pesquisa indica que aprimorar a conscientização da população sobre os cuidados necessários em sua rotina possibilitaria um sistema de saúde mais inclusivo, capaz de prevenir milhões de mortes. Para isso, os programas teriam que focar em pelo menos quatro grupos: pessoas com baixa alfabetização em saúde, baixa renda, mulheres e idosos.
O problema identificado é o alto índice de desinformação. A dificuldade em entender informações médicas, navegar pelo sistema de saúde e tomar decisões sobre o bem-estar gera custos adicionais consideráveis. Pessoas com baixa alfabetização em saúde tendem a ter despesas médicas mais altas, pois frequentemente iniciam tratamentos tardiamente, utilizam mais os serviços de emergência e necessitam de mais internações.
No Brasil, essa realidade é ainda mais evidente: o custo de tratamento de uma pessoa com baixa alfabetização em saúde é três vezes maior do que o de alguém com alta alfabetização. Em termos monetários, isso pode somar R$ 1.444 a mais por pessoa anualmente. Globalmente, a diferença é ainda mais expressiva: quem tem baixa compreensão gasta, em média, US$ 2.408 por ano, enquanto quem tem alta compreensão gasta apenas US$ 868 anuais.
"Os resultados deste estudo refletem uma realidade urgente no Brasil: a baixa alfabetização em saúde não apenas impacta diretamente a qualidade de vida das pessoas, como também onera significativamente os sistemas de saúde e a economia do país. Promover avanços na alfabetização em saúde é uma oportunidade única de gerar economia de bilhões, reduzir desigualdades e construir uma sociedade mais saudável e resiliente”, destaca o presidente da Haleon Brasil, Yanir Karp.
A ideia é a seguinte: quando as pessoas compreendem melhor as informações médicas, se tornam mais preparadas para adotar hábitos de autocuidado, seja na saúde bucal, na prevenção de doenças crônicas como o diabetes tipo 2, na nutrição adequada ou nos cuidados com ossos e músculos.
Oremos!!
A partir de agosto, uma importante mudança beneficiará os pacientes do SUS: eles poderão ser atendidos também por planos de saúde em todo o Brasil. Essa medida é vista como uma solução estratégica do governo para o problema das dívidas dos planos e para aprimorar o atendimento à população em áreas com carência de especialistas. Com essa iniciativa, a expectativa é de redução do tempo de espera em áreas onde o acesso é mais difícil, como a oncologia e a ginecologia.
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