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Japoneses e americanos interessados no Ceará
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Japoneses e americanos interessados no Ceará

O Ceará é o segundo maior exportador de pescados do Brasil e pode sentir o impacto da mancha de óleo que se alastra
Ibama autua barco de família de secretário da pesca (Foto: Divulgação/ibama)
Foto: Divulgação/ibama Ibama autua barco de família de secretário da pesca

O drama ambiental provocado pelas manchas de óleo no litoral nordestino ainda mostrará a real dimensão do seu impacto na pesca. Por enquanto, ainda não é possível dizer a gravidade da situação; a esperança é de que os problemas tenham afetado apenas parte da costa, sem grandes efeitos em alto mar.

O Ceará é o segundo maior exportador de pescados do Brasil, e tem investido no fortalecimento da economia do mar, com potencial para ser transformado em polo de negócios. Em setembro, o governador Camilo Santana esteve na Espanha e fechou acordo com o Grupo Jealsa (proprietário da marca Crusoe Foods), que instalará mais duas empresas em São Gonçalo: uma delas será de farinha; a outra, de enlatados.

Esta semana, uma empresa norte-americana (parceira da Jealsa) também manteve contato com o governo, demonstrando interesse em montar um estaleiro e uma indústria de conservas no estado. Também há negociação com um grupo japonês para compra de atum e montagem de um estaleiro. O local ainda não foi definido, mas há estudos na região de Itarema, Acaraú e Camocim.

Caso sejam confirmados todos esses investimentos, o Ceará poderá receber cerca de R$ 300 milhões em negócios somente neste setor.

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RESULTADO NA EXPORTAÇÃO

A pesca no Ceará vem crescendo desde o final de 2017. Somente de janeiro a agosto de 2019, o Ceará exportou mais de seis mil toneladas de pescados, com faturamento de mais de US$ 47 milhões.

O destaque foi a exportação de lagosta, responsável por 61% do pescado vendido fora do Brasil. Na opinião de Sílvio Carlos Ribeiro, secretário executivo do Agronegócio da Sedet, os resultados são decorrentes de uma melhor qualidade no manejo da produção. Há também um trabalho mais efetivo no ordenamento pesqueiro, com incentivo à pesca e à exportação, além de um mercado consumidor mais atrativo.

Pesca 2

PROFISSIONALIZAÇÃO

O que acontece no Ceará passa pelo trabalho de pesquisa. Existe um programa em andamento, chamado de "Cientista chefe", no qual existe um pesquisador para a lagosta, com uma equipe técnica do Labomar, além de uma agenda de capacitação dos pescadores através de parceria com a Capitania dos Portos, da possibilidade de transferência de tecnologia e da comercialização.

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"LAGOSTA VIVA"

Um dos projetos que vêm dando certo é o "Lagosta Viva", que contribui para uma exportação com maior valor agregado. A pretensão do governo é de duplicar o resultado dessas vendas até 2023. "Há uma demanda muito grande. Recebemos várias demandas de outros países pedindo lagosta viva e não temos esse produto para ofertar", acrescenta Sílvio Carlos Ribeiro.

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AMPLIAÇÃO DA COTA DE ATUM

A pesca do atum é outra área com grande possibilidade de crescimento. O estado pretende instalar uma escola náutica pesqueira, em parceria com o Grupo Jealsa, Capitania dos Portos e UFC, através do Labomar.

Para aproveitar melhor esse potencial, o Ceará negocia a ampliação da sua cota na pesca de atum, que está em 14 mil toneladas. Em novembro, haverá reunião na Espanha para discutir o assunto. A Secretaria Nacional da Pesca representará o pleito cearense e já lançou edital visando a ampliação da frota pesqueira para 200 barcos no Nordeste e 40 no Sul para a pesca do atum.

TV

O POVO ECONOMIA

O POVO Economia da TV OPOVO/Canal Futura recebe hoje, a partir da 20 horas, Sílvio Carlos Ribeiro, secretário executivo do Agronegócio da Sedet; a empresária Aline Kemp; Raniere Leitão, presidente do Sistema Sincopeças; e Daniel Simões, diretor comercial da J.Simões. O programa é exibido nos seguintes canais: 23 (Multiplay); 24 (NET); canal 48 (47 UHF digital).

 

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