Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.
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Os servidores públicos estaduais terão de rever sua renda para a aposentadoria e o tempo para ter direito a esse benefício.
A proposta, encaminhada ontem para a Assembleia Legislativa, com o propósito de manter equilibradas as contas do governo, poderá provocar perdas, principalmente para os pensionistas. Pelo que foi apresentado, novamente as viúvas darão uma "contribuição maior" para o ajuste fiscal, com a redução das pensões por morte. O projeto segue o modelo do Governo Federal, taxando ainda os aposentados.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pelo Poder Executivo altera a idade para a aposentadoria do servidor. A idade mínima passa de 60 para 65 anos, no caso dos homens, e, de 55 para 62 anos, para as mulheres.
Aclamado na última eleição com quase 80% dos votos, o governador Camilo Santana praticamente não possui oposição, e deve conseguir com tranquilidade aprovar seus projetos; mas, em um Estado pobre como o Ceará, é importante fazer uma reflexão sobre as consequências de uma reforma como essa não apenas nas contas públicas.
Primeiro, vale lembrar quem forma a massa de servidores públicos estaduais: professores, policiais, profissionais de nível médio. Até onde se sabe, são poucas as categorias que possuem um salário acima de R$ 3 mil. Detalhe: essas pessoas têm uma importância enorme para a economia do estado, contribuindo para a movimentação do comércio e da indústria, e até para o próprio governo através do recolhimento de impostos.
Ajuste 1
O deputado Renato Roseno (Psol), como ele mesmo fala, tem andado "mais só que a modelo magrela na passarela", parafraseando livremente o cantor Zeca Baleiro. No que se refere à discussão da reforma, ele representa uma das poucas vozes que pondera sobre as mudanças propostas pela reforma previdenciária do estado.
O parlamentar alfineta: "Onde está Ciro Gomes? Onde está o PDT que votou contra a reforma?"
Ajuste 2
O Governo do Estado alega que se apressou para encaminhar a proposta à Assembleia por conta dos prazos dados pela União, que obrigada os ajustes nos estados até o dia 31 de julho de 2020. O argumento não convenceu, o fato é que a medida é impopular. Por essa razão, a pressa para votação até o dia 22 de dezembro.
Indústria 1
O que deve ser prioridade para o Ceará na economia? Provocado pela coluna, o assessor econômico da Federação das Indústrias (Fiec) e professor da Uece, Lauro Chaves, responde: é preciso encontrar um ponto de inflexão que acelere a produtividade cearense. Na sua avaliação, somente assim haverá a redução das diferenças de PIB e de IDH entre os números do estado e os nacionais.
O caminho para isso seriam a internacionalização da economia cearense e investimentos na educação em todos os níveis. "Um exemplo disso é o polo de saúde do Eusébio", acrescenta ele.
Indústria 2
As últimas flutuações do câmbio, na opinião de Lauro Chaves, devem-se a questões conjunturais: 1) em função da saída de parte dos investidores, por conta da queda das taxas de juros; 2) pela frustração com os leilões do pré-sal, nos quais se apostava em valores muito maiores. Ele acredita que será possível, em um curto ou médio prazo, se atingir um câmbio de equilíbrio.
Eleições
O Conselho Regional de Economia (Corecon-CE) deve manter a sua tradição de renovação da presidência e fazer eleição em janeiro. Entre os nomes sondados para encabeçar uma chapa única, está o do economista Ricardo Coimbra, que tem se destacado como um dos profissionais mais atuantes.
Selic
A inflação de alimentos como carne, frango e outros produtos não deve ser suficiente alterar a trajetória de redução da taxa básica de juros (Selic). A previsão do Boletim Focus é de mais um corte do indicador, que pode fechar o ano em 4,5%.
“Inflação é arte de falsificar a moeda por conta do Estado”
Luís Felipe Angell de Lama (1926-2004), poeta e humorista peruano
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