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Governos terão de gastar bem para socorrer empresas
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Governos terão de gastar bem para socorrer empresas

Tipo Opinião

O Governo Federal vai precisar de paciência com as empresas e também de um plano de ajuda para conseguir recompor o seu caixa. Não adiantará pressa com a economia em depressão. O déficit de 94,3 bilhões das contas públicas que englobam União, estados e municípios, calculado pelo Banco Central para o mês de abril, dá a dimensão do tamanho do buraco. Pior: essa conta deve aumentar.

Alguns economistas se preocupam com a possibilidade de um suicídio fiscal coletivo dos governos. O consultor Alcântara Macêdo fala de um aumento exponencial do déficit público e/ou de emissão de moeda, "dois remédios que podem deixar o enfermo na UTI", segundo ele.

O problema é que está em jogo a vida da população. Não há como pensar em alternativas além do aumento do gasto público nesse momento de crise. Quanto ao dinheiro, existe uma máxima na economia que diz que o governo sempre tem um aumento do caixa quando o dinheiro circula - o problema é que boa parte dos recursos estão empossados nos bancos, o que é inaceitável.

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Sasha Reeves
Foto: Divulgação
Sasha Reeves

Reabertura

MANIFESTO DAS ACADEMIAS

Proprietários de academias do Ceará fazem manifesto tentando sensibilizar o Governo do Estado para a liberação do funcionamento do setor, previsto para a quarta fase de abertura das atividades produtivas, depois até de bares e restaurantes.

A empresária Sasha Reeves diz que grandes e pequenos donos de academia estão, através do sindicato do setor, tentando mostrar que o segmento não é um local de aglomeração e contribui com a saúde. "80% das mortes por Covid-19 são de pessoas com comorbidades combatidas pelas atividades físicas".

Tributos 1

PROPOSTA DE UM NOVO REFIS

O consultor Sérgio Melo defende a necessidade de um maior apoio governamental às empresas. A proposta de um novo Refis para tributos federais, relativo ao período da crise causada pela Covid-19, representaria uma boa ajuda.

O Ministério da Economia estuda essa possibilidade. A equipe do governo reconhece as dificuldades das empresas para o pagamento de tributos como Pis/Cofins/INSS relativos aos meses de março e abril, prorrogados pelo governo para agosto e setembro deste ano.

"Muitas empresas deixaram de pagar o IRPJ e a CSLL neste período de pandemia. A arrecadação federal despencou e não há previsão de melhora para os próximos meses.

Inúmeras empresas aderiram no passado ao Refis e ao Pert, mas, infelizmente não estão conseguindo honrar com esses compromissos, o que produzirá uma enxurrada de exclusões de empresas desses programas", resume Sérgio Melo.

Tributos 2

PROPOSTA NA CÂMARA

A Câmara dos Deputados vai analisar a proposta do deputado federal Ricardo Guidi (PSD-SC), que prevê a criação de um novo Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), direcionado para esse período de pandemia de Covid-19. Nesse caso, a ajuda não seria destinada somente às empresas, mas também às pessoas físicas.

"Se aprovado, as pessoas físicas poderão parcelar em até 120 meses, enquanto as pessoas jurídicas pagarão um percentual do seu faturamento, iniciando com 0,3% para os anos de 2021 e 2022, passando para 0,5% a partir de 2023, isto para as empresas tributadas pelo lucro presumido", destaca Sérgio Melo.

Turismo

IMPACTO MAIOR NO NORDESTE

Os três maiores estados do Nordeste (Ceará, Pernambuco e Bahia), cujas economias são voltadas para o turismo e o consumo interno, e dependem de incentivos governamentais, podem ser os mais impactados pela pandemia da Covid-19. Essa é a análise de um dos sócios da KPMG, Eliardo Vieira.

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Na sua avaliação, as empresas precisam se preparar para este novo momento. "As empresas vão passar por um processo de reinicialização e terão de repensar o modelo de negócios para continuarem eficientes e adaptadas ao retorno gradual das atividades", reitera. 

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