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Pelo direito de ser criança
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Neivia Justa é jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil

Pelo direito de ser criança

.Crianças não podem ser "produto" das redes sociais. Nós, mães, pais, educadores, líderes de empresas de tecnologia e legisladores precisamos garantir um ambiente digital seguro e saudável, em que a infância seja preservada e respeitada
Tipo Opinião
No Altas Horas, Felca comenta pela 1ª vez vídeo que denuncia adultização na internet: 'criança não deve produzir conteúdo'
 (Foto: TV Globo / Evelyn Costa)
Foto: TV Globo / Evelyn Costa No Altas Horas, Felca comenta pela 1ª vez vídeo que denuncia adultização na internet: 'criança não deve produzir conteúdo'

Eu nunca tinha ouvido falar do Felca. Agora eu, você e o Brasil inteiro sabemos quem ele é. Ou deveríamos saber. Se você ainda não assistiu, corre para ver o vídeo em que ele denuncia a sexualização de crianças e adolescentes nas redes sociais. Felipe Bressanim Pereira, o Felca, é um jovem youtuber de 27 anos.

Ele começou sua carreira em 2019, produzindo vídeos sobre jogos, que logo evoluíram para vídeos de reações e sátiras às tendências da Internet. Recentemente, ele denunciou as plataformas de apostas online ("bets") e isso levou vários influenciadores para o banco dos réus. A "adultização" denunciada por ele, num vídeo de 50 minutos, saiu das trevas e viralizou país afora, chegando à marca de 48 milhões de visualizações.

Durante um ano, Felca reuniu provas sobre vários casos de exploração de menores, sendo o principal deles Hytalo Santos, outro criador de conteúdo que tinha uma espécie de "reality show" infanto-juvenil na sua mansão em João Pessoa, onde tudo era permitido, estimulado e devidamente transmitido em tempo real, sob a anuência e devida remuneração dos familiares.

Essa exposição precoce de crianças e adolescentes a comportamentos e expectativas adultas, reproduzindo falas, gestos e coreografias eróticas, usando roupas e maquiagens sexualizadas, impulsionada por interesses comerciais e a busca desenfreada por visibilidade online, é um fenômeno criminoso nas redes sociais que causa danos emocionais irremediáveis nessas crianças e jovens em formação.

Os impactos da adultização e exposição comercial precoce são profundos. As crianças podem desenvolver problemas emocionais e psicológicos, como ansiedade e depressão. Sua autoestima e autopercepção são comprometidas, e a formação da identidade dificultada. Além disso, com a ajuda dos algoritmos, a adultização aumenta a vulnerabilidade à exploração, incluindo a pedofilia. Crianças não podem ser "produto" das redes sociais. Nós, mães, pais, educadores, líderes de empresas de tecnologia e legisladores precisamos garantir um ambiente digital seguro e saudável, em que a infância seja preservada e respeitada. Obrigada, Felca!

 

Foto do Neivia Justa

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