Desculpa o exagero.

É que eu sou assim mesmo.

Sinto fácil, transbordo

fácil, apaixono fácil.

Intenso da cabeça aos pés.

Sentir vontade de te cuidar que não cabe em mim.

Eu sou a queda de um prédio alto.

A maré que leva e o traz.

A rosa no meio de um

jardim esmarrido.

O vinho que acompanha

um jantar quente.

O agasalho no frio da maior avenida de São Paulo.

Eu sou a calmaria em meio

ao teu caos.

O teu carinho pendente de outro.

A insônia feliz de uma longa noite bem dormida.

Os beijos silenciosos gritados

aos continentes.

Eu sou tudo isso e também não sou nada para você.

Eu sou do tamanho do mar, do céu, do universo.

E com você parece que tudo fica ainda maior.

Então, me desculpe, desculpe a minha intensidade, desculpe o meu transbordar e desculpe.

Eu não me caibo em mim quando

se trata de ti.

É que eu sou assim mesmo, feito com toda a imensidão do mundo e com você fica ainda mais difícil não me derramar.

Portanto, eu imploro.

Desculpa o exagero.