Espaço dos correspondentes escolares do Programa O POVO Educação 2021. O programa reúne 140 jovens estudantes do ensino fundamental das redes pública e privada de Fortaleza. Os correspondentes participam de oficinas nas quais aprendem a editar jornais, roteirizar podcasts e apresentar programas de rádio, entre outras atividades
Foto: Carlus Campos
Ilustração, O POVO EDUCAÇÃO, 15.07.25
Notícias falsas, contradições e excesso de exposição. Tudo isso em meio ao luto profundo de familiares e amigos que perderam Juliana Marins em uma tragédia. A repercussão do caso, amplamente comentado nas redes sociais, despertou manifestações de empatia, mas, como tantas vezes ocorre, essa solidariedade parece ter prazo de validade. Com o passar dos dias, a comoção deu lugar a julgamentos, opiniões vazias e até desprezo. Comentários como "só eu que não aguento mais esse caso?" ou "esse assunto já deu" escancaram a seletividade da empatia digital.
Enquanto a família enfrentava uma longa espera para trazer Juliana de volta ao Brasil, tudo o que desejava era viver seu luto com respeito e dignidade. Mas as redes sociais seguem outra lógica: a do algoritmo, que exige novidade constante e transforma até a dor alheia em conteúdo. Quando um tema é repetido, dizem que perde o "valor", mas quem define esse valor?
O luto não tem prazo nem roteiro. Precisa ser vivido com tempo e acolhimento. Tragédias não devem ser consumidas como forma de entretenimento. Que a memória de Juliana e a dor de quem a amava não sejam reduzidas a mais um "caso" na timeline.
Como se não bastasse, surgem tentativas de culpar Juliana por sua própria morte, revelando uma postura desumana. Culpar a vítima é negar sua humanidade. É desconsiderar sua coragem, seu espírito curioso e reduzir uma vida inteira a um instante final. Todos nós assumimos riscos, muitas vezes sem perceber, especialmente, explorando o novo.
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