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O Ceará e a gestão (des)ambiental
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Espaço dos correspondentes escolares do Programa O POVO Educação 2021. O programa reúne 140 jovens estudantes do ensino fundamental das redes pública e privada de Fortaleza. Os correspondentes participam de oficinas nas quais aprendem a editar jornais, roteirizar podcasts e apresentar programas de rádio, entre outras atividades

O Ceará e a gestão (des)ambiental

As questões ambientais e climáticas estão no centro do debate nos últimos anos. Vivemos ondas de calor, enchentes e catástrofes no mundo inteiro. Nós, ambientalistas, seguimos em luta frente ao capitalismo e ao "progresso" predatório que desmata e coloca em risco territórios, culturas e suas populações.

O Ceará tem sido um lugar curioso para esse debate. A prefeitura de Fortaleza, gerida pelo PT, lançou um programa de reflorestamento da avenida Domingos Olímpio, como estratégia para contenção de calor. O fato brilhou em todos os jornais. Mas em seguida nos deparamos com o grave desmatamento de 32 hectares de mata atlântica em Fortaleza, nas margens do aeroporto local. Uma das poucas florestas existentes na capital, e que abriga diversas espécies de animais.

A empresa alemã Fraport, administradora do aeroporto, vem há anos tentando tomar essa área pública e reconhecida como APA - Área de Proteção Ambiental. Como um Estado e Capital que possuem secretarias do Meio Ambiente e se dizem engajadas na luta climática, aprovam um dos maiores processos de desmatamento do Estado? Tivemos como resposta: uma nota que deixou a desejar e uma multa de 200 mil reais para uma empresa bilionária. Esse é o valor da natureza para as autoridades do nosso Estado? Você está sentindo o sol queimando o quengo? Então se prepare, pois essa gestão desalinhada quer fazer a chapa esquentar.

Uma perspectiva de progresso e turismo vem sendo empreendida no Ceará. Semanas atrás tivemos a derrubada das barracas de praia no Grande Pirambu. O juridiquês diz que as construções são irregulares, apontam preocupações ambientais. Mas como e por quê somente as áreas ocupadas por empreendimentos de pessoas negras e periféricas possuem uma regulamentação tão eficaz pelos órgãos públicos? É o Estado mostrando como fazer uma política com dois pesos e duas medidas.

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