Sociedade da rede social: sempre conectados —

e sem conexão com o real.

Tentando mostrar uma vida ideal.

Dormindo e comendo mal, fingindo que todo sofrimento é banal.

Vivendo de ansiolíticos, brigando por políticos.

Sem argumentos, não ouve os próprios julgamentos.

Invalidando sentimentos, pensando em armamento e pedindo livramento.

Enjaulada em minúsculos apartamentos.

Buscando diversão, prazer, lazer —

e o que puder fazer pra afastar a solidão.

Afundada na imensidão da decepção.

Não se reconhece na ferida alheia —

machuca, querendo se curar de uma dor que não sabe nominar.

Geração tarja preta, sem tempo pra parar.

Correndo de si mesma, sem saber onde vai chegar.