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Roupas e rótulos: a moda além do gênero
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Espaço dos correspondentes escolares do Programa O POVO Educação 2021. O programa reúne 140 jovens estudantes do ensino fundamental das redes pública e privada de Fortaleza. Os correspondentes participam de oficinas nas quais aprendem a editar jornais, roteirizar podcasts e apresentar programas de rádio, entre outras atividades

Roupas e rótulos: a moda além do gênero

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Ilustração O POVO Educação, 02.12.2025 (Foto: Carlus Campos)
Foto: Carlus Campos Ilustração O POVO Educação, 02.12.2025

Ainda é comum ouvir frases como "isso é roupa de mulher" ou "isso é roupa de homem". Mas será mesmo que o tecido sabe o gênero de quem o veste? Essas ideias não passam de pensamentos acéfalos, heranças de uma cultura que insiste em limitar o que, na prática, sempre foi livre.

A realidade é simples e incômoda para alguns: a moda nunca pertenceu a um gênero, ela sempre pertenceu ao corpo e à identidade de quem a escolhe. Uma saia não deixa um homem menos homem, assim como um terno não tira a feminilidade de uma mulher. O que realmente incomoda é ver a quebra de padrões que sustentavam uma falsa ordem.

Quando alguém diz "isso não é roupa pra você", o que realmente está dizendo é "eu tenho medo do que você representa". Porque quem veste o que quer, como quer, desafia séculos de controle e expectativa. A beleza está justamente aí: na coragem de ocupar espaços com o corpo, a voz e o estilo que nos pertencem. A moda além do gênero não é tendência, é resistência, é grito, é quebra de corrente.

Hoje, cada pessoa que decide vestir o que deseja faz mais do que escolher um estilo: faz uma afirmação de existência. A roupa não tem sexo, não tem dono, não tem fronteira. Ela é, antes de tudo, liberdade traduzida em tecido.

E, no fim, o que vestimos diz menos sobre o gênero e mais sobre a coragem de ser. Cada peça que rompe expectativas costura um novo capítulo, onde o corpo é território autônomo e a autenticidade é a maior tendência. Vestir-se se torna, então, um ato político, poético e profundamente humano: a prova de que existir com verdade é sempre mais elegante do que seguir qualquer regra ultrapassada.

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