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A palavra de Osvaldo Aranha sobre a partilha da Palestina
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A palavra de Osvaldo Aranha sobre a partilha da Palestina

"A decisão da Assembléia será registrada como uma contribuição memorável á solução pacífica e construtiva dos problemas mundiais"
palestina 1 (Foto: opovo é história)
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Flushing Meadows, 2 - (A. F. P.) - Falando aqui sobre a partilha da Palestina, o presidente da Assembleia geral da ONU, sr. Osvaldo Aranha, declarou: "A decisão da Assembleia será registrada como uma contribuição memorável á solução pacífica e construtiva dos problemas mundiais. Os debates tiveram o merito de uma aberta exposição dos problemas do mundo e salientaram-se pela franqueza de vistas e abordamento intrépido das realidades".

Com referencia ao boicote dos votos da maioria sobre o caso grego e coreano e o comité provisorio da Assembleia por parte dos russos, disse o sr. Aranha: "Seria uma grande contradição rejeitar-se a decisão da maioria e ao mesmo tempo exigir um resultado para o veto dos cinco membros permanentes. Ambos os sistemas são necessários e devem funcionar concatenados para melhoria da nossa organização".

Sobre o resultado da Conferência dos Ministros do Exterior, em Londres, assis se pronunciou o político brasileiro.

"Nosso futuro não pode ficar á mercê dos desentendimentos dos Governos, por poderosos que sejam. A evolução da Humanidade não se sujeita nem ao tempo nem a fronteiras. A guerra, porem, pode ser banida como instrumento para se alcançar tal objetivo. Tal é o que se espera da reunião dos Ministros do Exterior e também é isso que consiste a missão da ONU".

Rio, 2 - (D.B) O ministro do Exterior, sr. Raul Fernandes, enviou o seguinte telegrama ao embaixador Osvaldo Aranha: Apresento a V. Excia. as minhas felicitações pelo brilho e tacto com que, enaltecendo o nosso país, presidiu à Assembleia das Nações Unidas. Ao agradecer a V. Excia por mais este serviço a nação, tomei conhecimento, com profunda satisfação, das homenagens que lhe renderam os delegados no encerramento dos trabalhos".

AGRADECEM OS JUDEUS

Rio, 3 - (D.B) - Em virtude da situação do Brasil, na ONU, sobre a partilha da Palestina, o presidente da Federação das Sociedades Israelitas do Rio de Janeiro, enviou ao embaixador Osvaldo Aranha um telegrama expressando a gratidão da comunidade israelita, nos seguintes termos: "Essa memoravel contribuição para a solução pacífica e construtiva dos problemas mundiais assegurará, ainda mais, a V. Excia. e ao Brasil, um lugar honroso na História Universal e, além disso, perpetuará o seu nome e o do seu país nos coraçòes de todos os judeus que sempre os considerarão com grande admiração, como estritamente ligados á árdua tarefa de luta pela direito, justiça e progresso da humanidade".

CHEGARÁ SÁBADO

Rio, 3 - O embaixador Osvaldo Aranha embarcará amanhã, às 23,15 horas, no aerodromo de La Guardia, em Nova Iorque, com destino a esta capital, devendo aqui chegar ás 17,15, horas de sabado.

SOBRE O MOVIMENTO SIONISTA

Rio, 3 - Falando sobre a notícia da deflagração da guerra santa, anunciada pelos arabes como protesto contra a resolução da O.N.U., estabelecendo a divisão da Palestina para a criação de um Estado Judaico, o sr. Jacob Sneider, presidente da Federação Sionista Unificada do Brasil, disse: "Não nos assusta a atitude dos arabes, desde que temos a garantia assegurada da O.N.U.. Se formos atacados, teremos que nos defender, embora os nossos desejos sejam de paz e concórdia. Há dois mil anos aguardávamos a nossa independência para voltarmos á nossa antiga terra que era a de Israel. Durante todos esse tempo, as gerações judaicas exprimiram a sua vontade de voltar à terra pátria. Há cinquenta anos, o dr. Hertzel, destacado jornalista vienense, iniciou o movimento sionista, que prgnava pela volta dos jusdeus ao lar.

Em 1987 foi realizado o Primeiro Congresso Sionista, em Basiles, na Suiça, sendo elaborado o programa político sionista. Em 1917, cerca de 800 mil judeus imigraram para a Palestina. Temos ali universidades, industrias e centros de trabalho. Lutaremos, pois, para assegurar, o nosso direito.


GOVERNO BRITÂNICO FARÁ O QUE PUDER PARA MANTER A ORDEM NA TERRA SANTA

LONDRES - Os sangrentos acontecimentos que atualmente se desenrolam na Palestina causaram viva emoção em Londres. O Colonial Office declarou que o governo britanico, enquanto não tiver entregue o seu mandato às Nações Unidas, fará o que puder para manter a ordem na terra santa.

Diante da gravidade da situação o gabinete britanico reunir-se-á esta semana a fim de examinar, em conjunto, o problema palestino, tal como se apresneta após a decisão da ONU em favor da divisão.

Os incidentes destes ultimos dias tiveram como efeito reforçar os argumentos dos que na Inglaterra julgaram que este país não tem o direito de se desinteressar pela questão da Palestina. Todavia, nada permite supor, por enquanto, que o governo inglês tencione modificar a política. Ainda ontem, declarava-se no Foreign Office que todas as tropas britanicas deixariam aquele país no dia 8 de agosto de 1948. Os meios militares londrinos dão a entender que, por motivos economicos, seria impossível terminar a evacuação dos soldados e das instalações militares na Palestina até a citada data.

CONTRA A DIVISÃO

CAIRO, 3 - A imprensa egipcia revela-se contra a divisão da Palestina, mas nada indica que o governo esteja disposto a participar, de forma efetivas, nas projetadas operações conjuntas árabes contra a Palestina judaica. O jornal "Egito" escreve: "Os Estados arabes não são fortes militarmente mas todos se acham a caminho de se armarem suficientemente e em quatro ou cinco anos poderão ameaçar gravemente o Estado sionista, se este ficar entregue ás suas próprias forças. Enquanto isso, os árabes podem fazer durante anos e anos agitações na Palestina, mediante guerrilhas, sabotagens, incendios de poços petrolíferos, para impedir o funcionamento dos oleodutos. São desses meios já inscritos no seu plano de defesa.

 

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