
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
* desde 1928: As notícias reproduzidas nesta seção obedecem à grafia da época em que foram publicadas.
26 de junho de 1945
S. Francisco, 26 - Os representantes de 51 nações unidas aprovaram a mais extensa aliança já vista na História da Humanidade, aliança esta dirigida contra a guerra, tendo ficado estabelecido que o mecanismo para a prevenção será economico e judicial e, se necessário, militar.
Durante as últimas semanas, as atenções dos delegados estiveram voltadas para os Estatutos da extinta Liga das Nações e para o carater da organização das Nações Unidas. Esta organização não tem a pretensão de existir indefinidamente, mas, com toda a certeza, leva uma longa duração e preservará a paz e a segurança de seus membros. A antiga Liga das Nações tinha apenas o poder de fazer recomendações, ás quais os Estados podiam ou não atenderem.
A Conferência de S. Francisco deu direito de voto em igualdade de condições, a todos os componentes das Nações Unidas, por mais pequenos que fossem, porque êles constituem a grande maioria da população da terra.
Também ficou estabelecida que a organização das Nações Unidas poderá valer-se de recursos militares para a preservação da paz, tendo para isso contingentes estrategicos espalhados pelo mundo, podendo também, para tal fim, valer-se das fontes de produção, das industrias e dos recursos das grandes potências.
Assim, grandes recursos são postos á disposição da nova organização mundial, com a finalidade de evitar uma nova hecatombe.
Eis ai as vantagens sobre a extinta Liga das Nações, isto e a de atuar com um grande raio de ação, tendo sido excluídos os principios que serviram da base para aquela outra organização, da qual os Estados Unidos não participaram desde o seu inicio e da qual muitos outros paises foram excluídos.
28 de junho de 1945
Independence - Falando ao povo daquela cidade - que e sua terra natal - o presidente Truman declarou ontem que, na proxima reunião dos “Três Grandes”, seria encontrada uma formula capaz de estabelecer uma paz duradoura. O presidente disse que os Estados Unidos tudo fizeram para vencer a guerra e que agora tudo fariam para que fosse estabelecida uma paz eficiente e que ele devotaria a tal obra, dai por diante, todo o seu tempo.
“Tenho uma proposta a fazer, apresentou o presidente, quando estiver na conferência. É que faremos um tratado de paz, o qual assegura a mesma por muitas gerações. Não devemos permitir que o sangue dos melhores filhos desta terra tenha sido vertido em uma justa compensação. Não devemos permitir que tal sacrificio da vida tenha sido em vão”.
29 de junho de 1945
Kansas - Em seu discurso hoje aqui pronunciado, o presidente Truman fez um grande apelo aos Estados Unidos para que ponham termo, definitivamente, a toda e qualquer politica de isolacionismo, acentuando que os americanos devem marchar á frente da cooperação internacional. O presidente comparou a Carta das Nações Unidas á Constituição do Novo Mundo. “Devemos ratificar rapidamente essa Constituição e eu desejaria ver os Estados Unidos como os primeiros a empreitar esse trabalho”.
30 de junho de 1945
Washington, 30 - O senhor Cordell Hull, que foi um dos principais arquitectos das Nações Unidas, deixou o seu leito de enfermo, no hospital naval de Bethesda e se dirigiu para o Departamento de Estado, afim de assinar a Carta das Nações Unidas, na qualidade de conselheiro da delegação norte-americana á Conferência de S. Francisco.
27 de junho de 1955
Sao Francisco, 27 - A primeira parte da oração que pronunciou na tribuna das Nações Unidas, o sr. Antoine Pinay, ministro dos Negocios Estrangeiros da França fêz um balanço das atividades das Nações Unidas.
O balanço desses dez anos foi positivo, disse o ministro. O sr. Pinay afirmou que os homens têm, ainda, as mesmas “aspirações permanentes e as mesmas angustias diante de um conflito que, de agora por diante, seria um suicidio para a Humanidade”. Acrescentando que “o papel dos estadistas é empreender um trabalho coletivo, tendo em vista satisfazer a necessidade de segurança, exigência e aspirações do bem-estar comum.
Falando, depois, sôbre a unidade alemã, disse o sr. Pinay, que essa unidade deve ser restabelecida numa segurança igual para todos.
Passando, em seguida, a falar, sôbre os problemas de desarmamento, o ministro francês disse - “Nestes últimos tempos temos feito importantes trabalhos no dominio do desarmamento. Talvez esteja longe o dia do acôrdo, porque o contrôle fundamental ainda não foi feito. Mas, ao menos, houve entendimentos sôbre certas noções essenciais. E estamos decididos a pôr tudo em ordem, para atingir o objetivo”.
24 de junho de 1985
São Francisco da Califórnia - A cidade de São Francisco viverá a partir de hoje, como em 1945, em ritmo de ONU para comemorar o 40º aniversário da assinatura da Carta das Nações Unidas. Nessa cidade, dia 26 de junho de 1945, 51 países assinaram, depois de vários meses de negociações, o documento que criou os princípios que regem esta organização internacional, a primeira vocação realmente universal.
Se Nova Iorque foi escolhida para sede da ONU em 1946, o fato deveu-se ao acesso infinitamente mais fácil, pois a aviação civil internacional estava dando seus primeiros passos e os países do Velho Continente, majoritários na ONU, optaram pela cidade.
Durante quatro dias, muitos diplomatas, entre eles os embaixadores dos cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança, e funcionários da ONU participarão de seminários sobre o futuro do organismo em seus campos principais de atuação.
Cinco temas foram escolhidos pelos organizadores: o controle de armamentos, as operações internacionais de manutenção da paz, o terceiro mundo e o desenvolvimento econômico, o problema dos refugiados e a reforma do sistema monetário internacional.
Há 40 anos, no dia 26 de junho de 1945, 51 países assinavam em São Francisco a Carta das Nações Unidas, iniciando uma nova era nos setores das relações internacionais e da cooperação mundial. Os fundadores da Organização das Nações Unidas tiravam, assim, as lições fornecidas pelo fracasso da Sociedade das Nações e das atrocidades da II Guerra Mundial.
Este objetivo ambicioso nasceu graças a iniciativa do então Presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt que, com tenacidade, promovia um projeto estabelecido em 1943 entre os EUA, a URSS e Grã-Bretanha, que se perfilou claramente em 1944, durante a Conferência de Dunmbarton Oaks (perto de Washington), e ao qual aderiu a China do marechal Chiang Kai-Chek, para tomar forma na reunião da cúpula de Yalta.
Atualmente, a ONU transformou-se numa organização quase mundial, várias vezes criticada por sua impotência em solucionar os conflitos, mas com o último campo de atividades e que conta com um ativo impressionante em muitos setores (descolonização, ajuda ao desenvolvimento, cooperação econômica, assuntos sociais e humanitários). A importância da ONU ilustra-se pelo fato de que até os seus detratores reconhecerem que se ela não existisse precisaria ser inventada.
Há 40 anos, a América Latina surge como uma região em busca de sua identidade nas Nações Unidas, onde sua presença foi relegada pela emergência maciça da África e da Ásia.
Depois de ter constituído o núcleo básico em 1945 do que na época ainda não se chamava Terceiro Mundo, a América Latina e o Caribe ocupam hoje um lugar quantitativamente muito distante em relação a esses dois continentes, com apenas 33 membros contra 40 da África e 40 da Ásia.
24 de outubro de 1985
Nova Iorque - Praticamente, a metade dos governantes do planeta - cerca de 90 - esquecidos momentaneamente das suas disputas, reúnem-se em Nova Iorque, fato sem precedentes na História, para comemorar hoje o maior aniversário do mundo: Os 40 anos das Nações Unidas.
Mas a organização internacional, que prepara a festa há um ano, não será a única estrela deste 24 de outubro, pois, aproveitando a presença dos líderes dos países ricos na ONU, o Presidente norte-americano, Ronald Reagan, organizou para o mesmo dia uma reunião de cúpula das nações industrializadas, a fim preparar o seu encontro de novembro, em Genebra, com o novo líder do Kremlin, Mikhail Gorbatchev.
Alguns analistas interpretaram na decisão de Reagan uma certa forma de ataque contra a organização internacional. O único ausente na cúpula dos industrializados será a França, que só mandou a Nova Iorque o seu Chanceler, Roland Dumas. Reagan, segundo a Casa Branca, pretende aproveitar o seu discurso de hoje cedo na ONU para dar o tom da posição norte-americana antes da cúpula, e talvez, apresentar propostas concretas em resposta à recente ofensiva do seu colega soviético.
No plano doméstico, Nova Iorque está cheia de policiais e de agentes secretos, que devem assegurar a proteção dos líderes do mundo inteiro, entre os quais há alguns condenados a morte por grupos terroristas, como é o caso do primeiro-ministro da Índia, Rajiv Gandhi.
Os turistas, que ano após ano costumam percorrer - e seu número é sempre superior a um milhão - o centro da cidade, também foram afastados por alguns dias, e há uma semana, atiradores de elite estão postados nos tetos dos prédios estratégicos de Manhattan. Para os motoristas, ontem - dia da chegada de Reagan - e hoje serão dias nefastos. A Policia espera os maiores engarrafamentos da história de Nova Iorque, apesar do uso de um quartel-general móvel aperfeiçodíssimo, instalado nas imediações da ONU, que permite às autoridades de trânsito saber o que acontece, através das câmeras de TV, em todos os pontos nevrálgicos.
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