
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
* desde 1928: As notícias reproduzidas
nesta seção obedecem à grafia da
época em que foram publicadas.
No maior ataque terrorista do mundo, uma série de explosões terroristas atingiu hoje importantes locais dos Estados Unidos. No início da manhã, por volta das 8h48min (9h48min de Brasília), dois aviões chocaram-se, num intervalo de apenas 18 minutos, contra as torres gemeas do World Trade Center, um dos pontos turisticos de Nova York e um dos edifícios mais altos do mundo, que recebe diariamente 150 mil visitantes. A torre norte do edificio foi a primeira a ser atingida. O avião atingiu a construção entre os andares 80 e 86 do norte. Em seguida, o segundo avião chocou-se com a torre sul do edificio. Cerca de 18 minutos depois, o segundo avião chocou-se com a torre sul do edificio.
Uma das aeronaves era um Boeing 767 da American Airlines, vindo de Boston e que foi sequestrado e o piloto obrigado a chocar-se contra o World Trade Center. Após uma série de explosões as duas torres desabaram, num dos espetáculos mais dantescos já visto no Planeta e transmitido ao vivo pelas emissoras de televisão para todo mundo. As primeiras informações davam conta de seis mortes e mais de mil feridos. Nenhuma informação confiável é capaz de precisar quantas pessoas perderam a vida nos atentados.
O edifício do Pentágono também foi atingido por explosões. Segundo as primeiras informações, as explosões foram provocadas por aviões que cairam na sede do órgão governamental. Como precaução, o governo dos EUA evacuou os prédios da Casa Branca e da ONU, além de proibir que qualquer avião deixasse o país hoje. Todos os aeroportos estão fechados. As Bolsas de Valores suspenderam o pregão.
O Capitólio, sede do Legislativo norte-americano, também teria ficado em chamas. Ainda não havia informações sobre as circunstâncias da atentado. Há grande possibilidade de que o prédio também tenha sido atingido por uma explosão. O Capitólio também foi evacuado.
O presidente dos EUA, George W. Bush, fez um pronunciamento no qual admitiu a possibilidade de ter sido um atentado terrorista. Ele prometeu fazer tudo para encontrar os responsáveis. Bush pediu um minuto de silêncio em respeito a uma das maiores tragédias americanas."Deus abençoe as famílias das vítimas", disse Bush em um pronunciamento no Estado da Florida, pouco antes de embarcar a caminho de Washington
O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, divulgou um comunicado condenando a série de ataques contra os Estados Unidos. Arafat disse enviar "condolências" suas e dos palestinos "ao presidente americano, George W.Bush, ao seu governo e a toda população americana pelo terrível ato". Arafat afirmou que a Autoridade Palestina condena a "sérial operação" e que está completamente chocado.
A rádio CBN informou que a Frente Democrática pela Libertação da Palestina assumiu a autoria do atentado contra as duas torres.
12 de setembro de 2001
O desafio do terror - Editorial
A opinião pública internacional está em estado de choque, procurando entender o que aconteceu nos Estados Unidos, onde uma série de atentados de grande envergadura atingiu o coração da maior potência econômica e militar do planeta, provocando um número incontável de vítimas. Enquanto choram os seus mortos, os americanos recebem mensagens de solidariedade do mundo inteiro, inclusive do governo e do povo brasileiros, horrorizados com um espetáculo de selvageria terrorista de proporções jamais imaginadas.
Aquilo que só se via em cinema materializou-se, de repente, diante dos olhares assombrados do povo americano: um ataque frontal aos símbolos mais expressivos do poder político, militar e financeiro dos EUA, tais como as duas torres do World Trade Center, em Nova York, o Pentágono, o Departamento de Estado, sem falar na evacuação da Casa Branca, do Capitólio, do Banco Central e de todos os edifícios públicos e a transferência dos centros decisórios do poder - com o presidente da República à frente - para abrigos subterrâneos.
Mais uma vez, revelou-se o poder destrutivo e desestabilizador do terrorismo, uma forma de luta política abominável que, além do uso da surpresa, utiliza vidas inocentes como escudo para a perpetração de seus objetivos, sem levar em consideração os mais elementares princípios humanitár ios.
A idéia de que os fins justificam os meios, que está na base do ato terrorista, já causou inúmeras tragédias, na História, e terminou contaminando os próprios movimentos que imaginaram lançar mão desse recurso apenas de forma extraordinária e depois desativá-lo quando obtivessem a vitória final, como se fosse possível construir algo de novo com quadros já deformados pelo menosprezo à vida humana, sobretudo, à vida de inocentes.
A necessidade de a comunidade internacional articular-se para enfrentar esse desafio é mais do que impositiva. Mas isso deve ser feito a partir da Organização das Nações Unidas (ONU) e não de uma potência hegemonica, unilateralmente, por mais plena de razões que esteja para isso. Aliás, essa advertência tem sido feita pelo secretário-geral da ONU, desde quando tomou conhecimento do atentado, pois está temeroso de que sejam iniciadas ações unilaterais de retaliação, sem o devido critério, pondo em risco a paz internacional.
A propósito, estudiosos da realidade mundial, vêm insistindo na tecla de que o problema do terrorismo não pode ser enfrentado apenas com medidas repressivas. Por mais que se invista em segurança, desenvolvendo a mais sofisticada tecnologia de proteção, nunca se ficará totalmente invulnerável a iniciativas de pessoas dispostas a pagar com a própria vida o alcance de seus objetivos destrutivos. A prova disso é a tragédia ora vivida pelos americanos. Nem mesmo a mais poderosa nação do planeta está livre de ser atacada no seu ponto mais nevrálgico.
Dessa forma, a resposta a ser dada ao terror compreende duas vertentes estratégicas: a primeira, através do desmonte dos focos de ressentimento e revolta decorrentes da escandalosa falta de equanimidade na ordem econômica mundial, sobretudo, nas relações comerciais entre nações ricas e pobres, geradoras de um fosso cada vez mais largo entre países centrais e periféricos. A segunda, através da descentralização do poder mundial e o fortalecimento dos organismos internacionais, de modo a evitar que prevaleça o direito da força em detrimento da força do Direito.
Isso significa, dentre outras medidas, a institucionalização de Tribunais Internacionais para julgar os responsáveis por crimes contra a Humanidade como os praticados por terroristas.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.