
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
A história do Ceará e do mundo desde 1928, narrada pelas lentes do acervo de O POVO
* desde 1928: As notícias reproduzidas
nesta seção obedecem à grafia da
época em que foram publicadas.
17 de outubro de 1978
O polonês Karol Wojtyla reinará com o nome de João Paulo II
João Paulo II, eis o nome escolhido pelo cardeal Karol Wojtyla, Arcebispo de Cracóvia, Polônia, depois de escolhido ontem, pelo Colégio de Cardeais, para ocupar o trono de São Pedro, o novo chefe temporal da Igreja Católica não estava na lista de candidatos ao Papado, segundo os "vaticanólogos", e é o primeiro não italiano eleito papa em 455 anos. João Paulo II é filho de operários. Ele próprio trabalhou numa fábrica, em sua juventude. É intelectual e poeta e desempenhou papel decisivo nas moderadas porém firmes reivindicações da Igreja Católica polonesa. O novo Pontífice é considerado um homem de reconciliação. É muito afável, fala o italiano e tem reputação de ser flexível, tal como seu antecessor, João Paulo II traz para o Vaticano vasta experiência pastoral, enquanto que sua experiência administrativa no Vaticano é mínima. Sua eleição foi considerada como um novo passo no processo de internacionalizar a Igreja Católica, movimento impulsionado pelo papa Paulo VI.
17 de outubro de 1978
Papa é polonês e chama-se João Paulo II
O cardeal polonês Karol Wojtyla, de 58 anos, Arcebispo de Cracóvia, foi eleito ontem o primeiro papa não italiano em mais de quatro séculos e meio, e adotou o nome de João Paulo II. Sua escolha pareceu indicar que pretende continuar os passos de seus três predecessores: João XXIII, Paulo VI e João Paulo I. A eleição de Wojtyla ocorreu na sétima ou oitava votação do conclave secreto reunido na Capela Sistina deste sábado. O novo Papa, que não estava na lista de prováveis candidatos, segundo os "vaticanólogos", é o primeiro não italiano para o mais alto cargo da Igreja em 455 anos. O último pontifice que não era italiano foi o holandes Adriano VI, que reinou de 1522 a 1523.
17 de outubro de 1978
PRIMEIRAS PALAVRAS
Ante uma multidão de 100 mil pessoas, que a cada minuto aumentava na Praça de São Pedro, o novo Pontífice disse, ontem à noite, dos balcões da Basílica de São Pedro: "Queridíssimos irmãos e irmãs: morte do Estamos todos aqui sentido com a amadíssimo João Paulo I. Aqui, os cardeais designaram um novo bispo de Roma. Fui chamado de um papa muito distante do vosso. Senti temor por esta designação. Eu me criei no espírito de obediência a Nosso Senhor e na fé total em Sua mãe e senhora santíssima. Não sei se poderei me expressar bem em vossa língua italiana. Se eu errar, corrigir-me. Assim me apresento a todos vocês, para confessar nossa esperança, nossa fé, nossa confiança comum em Cristo e na Igreja. Para começar também de novo aquele caminho da história e das igrejas, começar com a ajuda de Deus e dos homens".
17 de outubro de 1978
FILHO DE OPERÁRIO
O novo Pontífice nasceu em Wadowice a 18 de maio de 1920. Foi nomeado cardeal pelo Papa Paulo VI e é membro de várias congregações vaticanas: de Sacramentos, de Culto Divino, de Clérigos e de Educação Católica. É filho de um operário e mantém boas relações com o governo comunista na Polônia. Em sua entrevista à televisão italiana, pouco antes do conclave, disse: "Tentaremos estar sempre perto do povo. Compartilhemos suas preocupações Isto cria confiança e é condição indispensável para cumprir nosso dever e nossa missão". O começo de sua ascensão foi em 1958, quando foi nomeado auxiliar do Arcebispo de Cracóvia e viajou a Roma, nessa condição, para trabalhar no Concílio Vaticano 11. Seu papel no Concílio foi interpretado como muito válido, especialmente quanto às relações entre a Igreja e os países comunistas. "Não é tarefa da igreja educar os não crentes", disse em um discurso, em nome dos bispos da Polônia, o mais católico dos países comunistas. Advertiu contra uma "igreja autoritária" e reiterou: "A tarefa da Igreja não é educar os não-crentes, ela deve evitar todo o espírito de monopolização e moralização".
17 de outubro de 1978
Fim de uma tradição
A eleição do cardeal polonês Karol Wojtyla rompeu hoje uma tradição de quatro séculos de domínio italiano no papado catolico. O último papa não italiano foi Adriano VI, um holandês que reinou por um ano entre 1522 a 1523. Entre os papas não italianos que o precederam, estão 19 franceses, 14 gregos, oito sírios, cinco alemães, três espanhóis, um austríaco, um português um inglês e um holandés. Na medida em que aumentou rapidamente o número dos não italianos no colégio de cardeais, ao longo dos anos, havia grandes expectativas sobre de que nacionalidade seria o sucessor do falecido João Paulo I. Mencionava-se neste sentido o caráter universal do catolicismo. E pela primeira vez na história, os cardeais não europeus foram, desta vez, mais numerosos que os europeus 56 a 55, ao contrário do conclave de agosto, embora os 26 italianos continuam formando o grupo nacional mais numeroso. Entretanto, apesar do crescente sentimento entre as da Igreja para que fosse um não italiano, alguns observadores vaticanos e cardeais tinham prognosticado que seria escolhido outro italiano.
17 de outubro de 1978
Alegria dos não-católicos
O Conselho Mundial de Igrejas uma organização ecuminica que agrupa todas as confissões cristis não católicas, manifestou sua alegria pela designação do cardeal polonés Karol Wojtyla a fez votos de que o novo pontífice, João Paulo II, siga o caminho de seus antecessores. "O novo Papa traz para seu cargo e suas responsabilidades mundiais a rica tradição espiritualidade do povo polonés, além de sua experiência pastoral e acadêmica como Arcebispo da Cracóvia", afirma o Conselho Mundial de Igrejas. "Recordando a vida e o testemunho de seus dois antecessores, o conselho aguarda a gestão do novo papa com aberta a sincera expectativa O CMI espera que se continua com a tradição do Concílio Vaticano II, particularmente em relação a crescente cooperação ecumenica & camaradagem entre a Igreja Católica e as igrejas membros do Conselho Mundial". Qualificado às vezes como o "mini-Vaticano" do mundo cristio não católico, o CMI é uma associação que reúne 293 igrejas protestantes ortodoxas com cerca de 100 países.
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