Sacerdote jesuita, mestre em Teologia, diretor do Mosteiro dos Jesuítas e fundador do movimento Amare
Sacerdote jesuita, mestre em Teologia, diretor do Mosteiro dos Jesuítas e fundador do movimento Amare
No final do ano, ganhei um livro acerca da epidemia de doenças mentais que atingem a vida de jovens no mundo inteiro em tempos digitais. Trata-se da obra do psicólogo social Jonathan Haidt, professor da Universidade de Nova Iorque: "A geração ansiosa".
O livro destaca as mudanças culturais e sociais que moldaram a geração atual, conhecida como “geração Z”, e como as transformações contribuíram para o aumento dos níveis de ansiedade, depressão e fragilidade emocional entre jovens. O psicólogo aborda como fatores culturais, tecnológicos e educacionais contribuíram para um ambiente que dificulta o desenvolvimento emocional saudável, apresentando reflexões sobre as raízes e possíveis soluções para o problema.
O autor destaca como ponto central, a superproteção dos jovens, que os priva de experiências essenciais para construir resiliência. Haid aponta que, nas últimas décadas, práticas parentais excessivamente protetoras têm criado uma mentalidade de que o desconforto e a adversidade devem ser evitados. Isso resulta em jovens ansiosos, incapazes de lidar com desafios e despreparados para a vida adulta.
Uma realidade bem presente, atualmente, na qual os super protegemos das adversidades e não os preparamos para enfrentar desafios. Pais superprotetores e filhos frágeis e desprovidos de força para enfrentar a realidade. Outro fator crítico, segundo ele, é o impacto das redes sociais.
Desde 2010, as plataformas Instagram, TikTok e Twitter têm ampliado a comparação social, expondo os jovens a críticas constantes e à busca doente por aprovação. Essa hiperconectividade aumenta o risco de ansiedade e depressão, especialmente entre meninas, que são mais suscetíveis aos impactos emocionais da vida online.
Jovens mais consumistas, preenchidos de bens materiais e vazios de sentido e paz. Segundo Haidt, pais devem permitir que seus filhos enfrentem dificuldades de forma gradual, promovendo autonomia e autoconfiança. Educadores precisam criar ambientes que incentivem o pensamento crítico e o diálogo.
Além disso, é necessário limitar o tempo nas redes sociais e ensiná-los a usar a tecnologia de forma saudável. Considero a obra essencial para compreender os desafios enfrentados pela juventude, na contemporaneidade, e contribuir para soluções significativas.
É um convite à reflexão. Mais do que um diagnóstico, é um caminho para reconstruir uma cultura que valorize o crescimento emocional e o diálogo construtivo. Vale a leitura!
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