
Sacerdote jesuita, mestre em Teologia, diretor do Mosteiro dos Jesuítas e fundador do movimento Amare
Sacerdote jesuita, mestre em Teologia, diretor do Mosteiro dos Jesuítas e fundador do movimento Amare
O pontificado de Francisco tem sido uma convocação profunda à essência do Evangelho. Seu legado se desenha como um retorno às raízes da fé cristã, despojado de formalismos e erguido sobre a ternura, a justiça, a simplicidade e a escuta sincera. Ele não reformou apenas estruturas — reformou a linguagem, os gestos, os símbolos e a própria maneira de a Igreja estar no mundo.
A opção preferencial pelos pobres deixou de ser apenas discurso e tornou-se prática concreta e cotidiana. Francisco desceu do trono simbólico do papado e caminhou entre os que sofrem, acolhendo migrantes, visitando periferias, tocando feridas humanas com misericórdia e compaixão. Sob sua liderança, a Igreja passou a respirar o ar puro da ternura evangélica, reencontrando o centro vivo da fé: Deus é amor que se inclina, que cuida, que serve, que levanta.
Sua teologia pastoral é marcada pelo discernimento, pela escuta dos sinais dos tempos e pelo diálogo honesto com o mundo contemporâneo — elementos profundamente enraizados na espiritualidade inaciana. Francisco abriu as portas do Sínodo, fortaleceu a cultura da escuta, do encontro, da sinodalidade e da corresponsabilidade, desafiando a Igreja a abandonar toda autorreferência estéril. Como bom pastor, guia sem impor, inclui sem excluir, ama sem medida e sem reservas.
É também o Papa da ecologia integral, da fraternidade universal, do cuidado com a casa comum e com a vida em todas as suas expressões. Encíclicas como Laudato Si' e Fratelli Tutti não apenas orientam a caminhada da fé, mas exigem uma profunda conversão do coração, da consciência e das estruturas sociais, aproximando a doutrina da carne concreta da existência humana.
Na história do papado, Francisco ocupa um lugar absolutamente singular: o primeiro jesuíta, o primeiro latino-americano, o primeiro a tomar o nome de Francisco — e talvez o primeiro, em séculos, a fazer do papado um espelho nítido da vida de Jesus. Seu legado é a memória viva de um Cristo que se fez próximo. E isso, na história da Igreja, é verdadeiramente revolucionário.
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