
Sacerdote jesuita, mestre em Teologia, diretor do Mosteiro dos Jesuítas e fundador do movimento Amare
Sacerdote jesuita, mestre em Teologia, diretor do Mosteiro dos Jesuítas e fundador do movimento Amare
Maio, sob o olhar da espiritualidade inaciana, é mais que uma sucessão de dias floridos: é um tempo fecundo em que o coração se inclina àquela que soube guardar e meditar todas as coisas em silêncio no seu coração. Os jesuítas, herdeiros do discernimento de Santo Inácio de Loyola, sempre cultivaram uma profunda devoção à Nossa Senhora, não como fim, mas como o caminho seguro e afetuoso que nos conduz a Cristo. Celebrar o Mês Mariano é deixar-se conduzir pela Mãe até o Filho, tal como nas Bodas de Caná: Fazei tudo o que Ele vos disser (Jo 2,5).
A Mariologia inaciana não se perde em sentimentalismos. Vê Maria como mulher forte, contemplativa em ação, modelo de escuta e obediência à vontade Dele. Ela não retém para si a glória, mas a oferece inteira ao Senhor. Por isso, invocamos como medianeira de todas as graças, não por presunção, mas por reconhecer que, sendo ela cheia de graça (Lc 1,28), nenhum pedido nosso lhe é indiferente pois tudo ela leva a Ele com mãos de mãe.
Celebrar Maria é permitir que sua presença nos eduque interiormente. Dela aprendemos a humildade que não exige respostas imediatas, a fé que não se desespera na dor, o amor que não impõe condições. Quem contempla Maria encontra uma escola viva de humanidade redimida, uma ponte entre as fragilidades humanas e o coração de Deus. Ela é a pedagoga da alma orante, que nos ensina a encontrar Jesus no cotidiano, nas alegrias e cruzes do mundo.
Santo Inácio, com a simplicidade dos que muito amam, dizia: rogar à Bem-aventurada Virgem Maria, para que me alcance de seu Filho e Senhor a graça. É este o movimento do coração inaciano: confiar à Mãe a súplica, e esperar dEla o gesto que nos aproxima da Vontade do Pai.
Neste mês de maio, a espiritualidade mariana nos convida a depositar nas mãos da Mãe nossas angústias, dúvidas e desejos mais íntimos. Ela, que permaneceu de pé junto à cruz (Jo 19,25), conhece a linguagem da dor e da esperança. Maria não nos afasta de Cristo pelo contrário, nos lança em Seus braços. Celebrá-la é, portanto, aproximar-se mais profundamente do Mistério da Redenção, com a ternura de quem reconhece que, por Maria, chegamos com mais confiança ao Coração do Filho.
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