
Os jornalistas Fernando Graziani e Lucas Mota analisam os principais acontecimentos da Copa do Mundo do Catar. Textos durante todos os dias do Mundial.
Os jornalistas Fernando Graziani e Lucas Mota analisam os principais acontecimentos da Copa do Mundo do Catar. Textos durante todos os dias do Mundial.
Assombrou o mundo a vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina por 2 a 1, estreia de ambas as seleções na Copa do Mundo do Catar. Um resultado surpreendente nesta terça-feira, entre as maiores zebras da história, mas igualmente justo e fruto de um trabalho tático extremamente bem pensado e executado.
A ideia do competente técnico Hervé Renard foi adiantar muito a sua linha defensiva, que ficou perto do meio-campo, impedindo a troca de bolas da Argentina no setor em que é muito forte.
Com grande aplicação coletiva na marcação e velocidade para agredir quando tinha espaço, o elenco da Arábia teve tranquilidade e objetividade das finalizações, para ainda contar com grande atuação do goleiro Al Owais. Messi e companhia tentaram, mas estavam em jornada pouco inspirada. Faltou criatividade para lidar com o imponderável, mas ainda é possível se recuperar na competição diante de México e Polônia.
Ainda sobre Hervé Renard, a experiência do treinador francês para comandar seleções que ficam fora dos holofotes mundiais foi essencial. Campeão africano de nações duas vezes — por Zâmbia, em 2012, e Costa do Marfim, em 2015 —, também foi técnico do Marrocos na Copa de 2018.
Para a disputa no Catar, os sauditas pararam seu campeonato em outubro e realizaram diversos amistosos preparatórios. Os 26 atletas atuam no país, facilitando demais um longo período de treinamento, bem diferente da maioria das outras equipes.
Outra seleção favorita, a França, fez a sua estreia nesta terça-feira e mostrou muita autoridade no 4 a 1 sobre a Austrália. Com uma lista enorme de desfalques importantíssimos por contusão — incluindo Benzema e Kanté —, o time levou um susto, mas logo conseguiu virar a partida para cravar um 2 a 1 ainda no primeiro tempo, gols de Rabiot, o melhor em campo, e Giroud.
Na segunda etapa, os atuais campeões do mundo optaram por fazer uma partida mais cadenciada, sabendo dos muitos desafios pela frente, mas ainda assim marcaram mais duas vezes, com Mbappé — excelente atuação — e de novo Giroud. Foi uma grande atuação coletiva.
Pelos treinamentos realizados no Catar, Tite vai escalar um Brasil bem ofensivo contra a Sérvia, nesta quinta-feira. Ao contrário do que dava a impressão em função das partidas amistosas recentes — comentei neste espaço ontem que imaginava o time com dois volantes — o técnico vai colocar Vinícius Júnior como titular pelo lado esquerdo do ataque, com Richarlyson como centroavante e Raphinha pelo lado direito.
Assim, o volante Fred fica com lugar no banco e o meio-campo terá Casemiro, Paquetá e Neymar. Na zaga, Thiago Silva e Marquinhos. Nas laterais, Danilo e Alex Sandro, com Alisson no gol. É uma escalação inédita.
Dar oportunidade para Vinícius Júnior faz sentido pelo maravilhoso momento do atacante brasileiro no Real Madrid, mas também será fundamental que os atacantes façam a recomposição defensiva, já que apenas Casemiro tem características de marcação.
Os laterais necessariamente devem ficar prioritariamente no campo de defesa, justamente para que o time tenha mais equilíbrio diante de uma Sérvia que estará pronta para atuar nos espaços oferecidos pelo Brasil.
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