
Os jornalistas Fernando Graziani e Lucas Mota analisam os principais acontecimentos da Copa do Mundo do Catar. Textos durante todos os dias do Mundial.
Os jornalistas Fernando Graziani e Lucas Mota analisam os principais acontecimentos da Copa do Mundo do Catar. Textos durante todos os dias do Mundial.
Sou apaixonado pela Espanha, o país, principalmente pela cidade de Málaga, onde morei por um ano — de 2011 para 2012 — para fazer intercâmbio na Universidad de Málaga. Mas meu amor pela cultura espanhola não se estende à seleção. Depois de 2010, quando os espanhóis conquistaram o Mundial em meio ao domínio do Barcelona no futebol europeu, passaram a agir como os "reis" do esporte.
Em 2012, acompanhei a campanha da seleção até a conquista da Eurocopa junto aos espanhóis. No Porto de Málaga, assisti à final entre Espanha e Itália através de um telão gigante. Uma multidão vibrou, pulou e fez festa na bela cidade da Andaluzia com o título confirmado sobre os italianos após goleada por 4 a 0. Festejei bastante.
Ali foi o último título da seleção espanhola. Era o suspiro final da brilhante geração comandada por Iniesta e Xavi. Voltei ao Brasil, ingressei no O POVO no fim de 2012 e passei acompanhar a Espanha à distância. O apreço pela "Roja" foi diminuindo com o tempo. A postura de prepotência dos espanhóis no futebol me distanciou.
Eis que veio 2013 com a Copa das Confederações no Brasil. Fortaleza foi uma das sedes e recebeu a Espanha durante a competição. A passagem da seleção pelo nosso país ficou marcada mais pelas polêmicas do que pelo futebol.
Em um dos episódios na capital cearense, houve relatos de confusão em um hotel da cidade e jogadores barrados com prostitutas. Um dia antes deste incidente, os jogadores da seleção foram aproveitar a folga em uma barraca na Praia do Futuro.
Meu editor na época, Michel Victor, me enviou para o local para cobrir o dia dos espanhóis. Fiquei empolgado de poder participar da cobertura e acompanhar de perto os craques da Espanha.
A imprensa não podia entrar na barraca. Faz parte. Mas do lado de fora ninguém poderia impedir os registros fotográficos. Minha ideia era tentar flagrar algum momento curioso dos jogadores para contar nas páginas do O POVO sobre a visita à Praia do Futuro.
Entretanto, a segurança da seleção foi bastante ríspida. Em determinado momento, o lateral Azpilicueta se aproximou de uma área da barraca que podia ser visto facilmente por quem estava fora do espaço particular, como eu. O jogador ficou indignado por estar sendo fotografado e xingou em alto bom som.
Um dos seguranças veio pra cima de mim em tom agressivo e mandou eu sair dali. Qualquer simpatia que eu ainda tinha pela seleção espanhola acabou naquele dia na Praia do Futuro. Nunca esqueci desse episódio. Ficou a frustração.
Ontem, a seleção espanhola, que começou a Copa no Catar goleando a frágil Costa Rica, foi eliminada por Marrocos nas oitavas de final. Azpilicueta viu tudo do banco de reservas. Tchau, Espanha.
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