
Os jornalistas Fernando Graziani e Lucas Mota analisam os principais acontecimentos da Copa do Mundo do Catar. Textos durante todos os dias do Mundial.
Os jornalistas Fernando Graziani e Lucas Mota analisam os principais acontecimentos da Copa do Mundo do Catar. Textos durante todos os dias do Mundial.
É futebol, mas não deixa de ser assustadora a eliminação do Brasil para a Croácia na Copa do Mundo. A derrota nos pênaltis premia o mérito de uma seleção esforçada, inteligente, com ideia de jogo muito clara, mas muito inferior tecnicamente ao time brasileiro, com atuações ruins no Catar — são quatro empates e uma vitória. Entra na categoria vexame, sem nenhum tipo de dúvida. Então por quais motivos ocorreu a derrota?
Tite não é o único, mas é o principal responsável. Errou demais quando, mais uma vez — já tinha ocorrido na eliminação da Copa para a Bélgica, em 2018 —, ficou estático vendo o Brasil ter dificuldades táticas. O técnico nada fez enquanto o time não conseguia trabalhar a bola no meio-campo e a Croácia cozinhava a partida da forma que queria. Sua substituições também não conseguiram mudar o panorama do encontro.
Era partida para resolver no tempo normal, sequer levar para o tempo extra. Ainda assim, o Brasil foi capaz de abrir o placar na prorrogação — um belo gol de Neymar —, mas, desorganizado e sem noção do que é uma Copa do Mundo, conseguiu levar um contra-ataque aos 115 minutos de jogo, situação inadmissível, com sete atletas brasileiros no campo ofensivo, deixando todo tipo de espaço possível para um adversário entregue, sem velocidade e que não tinha finalizado com correção.
A postura dos jogadores, alheios ao momento relevante, é também muito responsável pela eliminação, concretizada numa disputa de pênaltis fadada ao fracasso, pela grande forma do goleiro Livakovic (já tinha sido brilhante contra o Japão), pela qualidade e frieza dos batedores croatas e pela ausência de preparo emocional dos jogadores brasileiros. O técnico também errou profundamente ao não ter começado com Neymar, notadamente o melhor batedor do elenco, que acabou por não bater simplesmente porque não precisou.
Tite agora faz parte do passado da seleção brasileira. Começou muito bem em 2016 e 2017, mas depois se perdeu completamente. Foram duas Copa do Mundo com eliminações nas quartas de final e um legado pobre do ponto de vista tático. É preciso agora mudar tudo na escolha de um novo treinador. Não há nenhum brasileiro capaz de assumir essa responsabilidade com o tamanho da competência suficiente. A CBF precisa encarar a realidade e ir atrás de um profissional experiente, competente, com títulos internacionais e sem amarras.
E a Argentina? Basta perguntar ao Messi e ao goleiro Martinez.
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