
Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris I. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do Núcleo de Cidadania, Exclusão e Processos de Mudança (Nucem – UFPE)
Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris I. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do Núcleo de Cidadania, Exclusão e Processos de Mudança (Nucem – UFPE)
As linguagens culturais que criaram historicamente o processo civilizatório estão, agora, gerando graves incertezas com a crescente produção de "in-verdades" pelas redes virtuais. O reconhecimento da IA como agente de inovação relativamente autônomo deixa de ser mais que um problema de ordem moral ou de deficiência cognitiva, emergindo como ameaça direta à existência da espécie humana como a conhecemos.
Logo, a regulação das big techs deixa de ser assunto meramente técnico ou jurídico para se revelar como um desafio existencial que afeta a reprodução do humano como comunidade utópica. Por isso, é importante se fazer o debate filosófico e político sobre a sociedade que queremos para nós e para as novas gerações. O assunto está além das ideologias de poder existentes, exigindo reflexão profunda sobre os impactos das máquinas inteligentes na degradação das representações simbólicas do humano e de sua reprodução como espécie.
O assunto emerge como objeto de um debate ético complexo visando refundar o direito de existir dos indivíduos num contexto de hiper modernização técnica. É necessário se entender a comunicação entre a esfera não-orgânica da IA - gerada pela capacidade mental dos indivíduos - e aquela esfera orgânica do Humano - que é um enigma estudado pela ciência astronômica, há séculos.
As descobertas da lei da gravitação universal, dos movimentos e das órbitas elípticas, por Kepler e Newton, entre outros, já tinham colocado em evidência a astrofísica como representação sofisticada do nosso universo. Para os indianos tal representação seria uma inteligência "akáshica" (primordial) que explica a forma inteligente do espaço vazio, formando uma geometria cosmológica que articula tudo que conhecemos como mundo, antes da IA.
Esta geometria revelaria uma potência criativa muito complexa que deveria servir como guia para os seres humanos refletirem humildemente e cooperativamente nesta encruzilhada do destino. Afinal, no nosso plano microcósmico a confiança comunitária é o único valor que pode garantir nosso lugar na unidade sistêmica planetária.
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