
Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris I. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do Núcleo de Cidadania, Exclusão e Processos de Mudança (Nucem – UFPE)
Doutor em Sociologia pela Universidade de Paris I. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador do Núcleo de Cidadania, Exclusão e Processos de Mudança (Nucem – UFPE)
A vida é sempre um risco, podendo ser sonho ou pesadelo. Uma parte de nosso destino é definida pelo acaso, outra parte pelas nossas decisões coletivas e individuais. Por mais sortuda que seja uma pessoa por seus talentos artísticos, literários, carismáticos ou por heranças materiais, nada garante que ela terá uma vida feliz. Não há provas de que alguém é predestinado para ser um grande músico, um empresário bem sucedido ou um líder espiritual reconhecido.
As possibilidades estão atreladas aos riscos. Certamente, quem nasce em áreas de guerra como a Ucrânia, no presente momento, somente com muita sorte vai escapar de um destino fatídico, embora as saídas são sempre possíveis.
Malala Yousafzai foi vítima de um ataque dos talibãs no Paquistão e, hoje, é líder feminista mundialmente reconhecida; Collen Kebinatshipi, de Botsuana, na África Austral, venceu os 400 metros no Campeonato Mundial de Atletismo de 2025 em Tóquio, estabelecendo um novo recorde mundial; Lula da Silva foi um imigrante nordestino que saiu da fábrica para a presidência da república do Brasil.
Então, a sorte existe, mas nem tudo na vida funciona como um jogo de azar. Há fatores históricos, culturais, econômicos, políticos e ecológicos que influenciam nosso desenvolvimento psicológico e cultural. Mas existe, também, nossa capacidade pessoal de saber discernir o sonho do pesadelo e de entender que, muitas vezes, passamos de um para outro por desatenção com relação a nossos propósitos e decisões.
Estruturas de personalidades rígidas, apego narcisista ao consumo ou crenças religiosas fundamentalistas são fatores que desorientam nossas bússolas; por outro lado, atitudes meditativas e contemplativas da realidade nos ajudam a ter mais atenção sobre os passos a seguir e as decisões a tomar.
Este é o caminho do livre arbítrio que nos permite nos manter no sonho e evitar os pesadelos. Somente assim, podemos explorar nossas potencialidades, talentos e intenções na busca de metas que nos tragam bem estar e paz.
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