
Escreveu livros de literatura fantástica e de contos, como
Escreveu livros de literatura fantástica e de contos, como
O grande escritor (depois do aparecimento de seus dois livros clássicos, ficamos sabendo, que foi também importante fotógrafo) mexicano Juan Rulfo, nascido em 1917 e falecido em 1986, publicou apenas dois livros: El llano en llamas (traduzido no Brasil inicialmente por Eliane Zagury como "O planalto em chamas" e mais recentemente por Eric Nepomuceno como "O chão em chamas", de contos, e o romance "Pedro Páramo", responsável por torná-lo um clássico da literatura hispano-americana, foi igualmente traduzido por Zagury e Nepomuceno. Depois da publicação das duas obras, decidiu não mais escrever (ou pelo menos publicar, já que, em 1999, Eric Nepomuceno traduziu "O galo de ouro e outros textos para cinema", com praticamente o restinho de textos que se têm notícias de Rulfo).
Desde a data de sua última publicação, em 1955, até sua morte nunca mais publicou, depois disso só sabemos de notícias suas, já escritor consagrado, como funcionário dedicado do Instituto Nacional Indigenista do México, onde trabalhou por muitos anos, num silencio profundo mas sempre com sua câmera fotográfica à mão, as palavras justas e precisas foram substituídas por imagens de iguais qualidades (também uma bela edição de suas fotografias selecionadas - "100 fotografias: Juan Rulfo", com fotografia e textos de Juan Rulfo, seleção e textos de Andrew Dempsey e Daniele de Luigi, tradução para o português de Denise Bottmann e Genese Andrade - foi publicada faz algum tempo por aqui); no México editaram suas cartas para a esposa Clara, reunidas numa edição intitulada "Aire de la Colina" (que ansiosamente aguardamos tradução para o português), nestas constam, nas entrelinhas, quase tudo do que se sabe de sua vida pessoal, tão bem guardada pelo discreto e tão recluso escritor.
Pois desde os anos 1950, a crítica e o público, principalmente seus fieis leitores e admiradores que se espalham pelo mundo todo, perguntam qual o motivo levou o mestre mexicano a parar radicalmente de publicar (imagina-se que também de escrever). Boatos atribuem seu silêncio a uma suposta depressão que sofre em silêncio desde a juventude, outros ventilam como motivo um mal que atinge grande parte dos escritores, o alcoolismo. Muitos lhe perguntaram diretamente em raras conversas e entrevistas (pasmem, ele esteve no Brasil em rápida e discreta visita e era admirador de Graciliano Ramos e Guimarães Rosa), porém a estes ele sempre reagia com humor: certa vez, ao insistirem na incômoda e repetitiva pergunta, Juan Rulfo saiu-se com a seguinte história: parara de escrever porque seu tio Celerino, que lhe contava as histórias, havia morrido e, desse modo, não tinha mais
como escrevê-las.
Devido ao seu silêncio de mais de meio século, muitas lendas foram se formando em torno de Juan Rulfo, uma até divulgada por ele: de que trabalhava até a véspera da morte naquela que seria sua obra prima, o romance "A cordilheira", que nunca foi encontrado mas permanece na esperança de seus muitos fãs.
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