Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
1) No dia seguinte à eleição, que levou José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (Pros) ao segundo turno, Camilo Santana declarou seu apoio aberto ao candidato do PDT. No mesmo fôlego dirigiu sua canhoneira contra Wagner, como já fizera no primeiro turno, classificando-o como o “pior na política” e representante do presidente Jair Bolsonaro em Fortaleza.
Wagner 2) Na sequência, Wagner acusou Camilo de se acovardar, ao negar apoio à sua correligionária, Luizianne Lins (PT), no primeiro turno, deixando de defendê-la dos ataques de Sarto. Ao mesmo tempo fez elogios à candidata (que ficou em terceiro lugar na disputa).
Girão 3) Nesta quarta-feira (18/11/2020) o coordenador da campanha de Wagner, o senador Eduardo Girão (Podemos), procurou desvincular Wagner de Bolsonaro; atacou o governador; disse que o apoio dos partidos de esquerda, obtido por Sarto, “não representa o pensamento das pessoas na rua” - e elogiou Luizianne.
Sarto 4) Sarto, por sua vez, tenta corrigir o estrago causado pelas desfeitas dirigidas a Luizianne no primeiro turno. Fez vários acenos a ela, até agora não correspondidos, apesar do apoio oficial do PT à sua candidatura.
Esses são os fatos. À análise.
Do ponto de vista da candidatura de Wagner, pode ser arriscada a aproximação com Luizianne, pois boa parte de seus eleitores são antipetistas de carteirinha. Assim, corre o risco de perdê-los, sem conquistar número expressivo de eleitores de luizianne, pois antibolsonaristas juramentados.
Transferência Mas, como lembrou meu colega Érico Firmo, Wagner precisa de votos do PT para ter possibilidade de eleger-se. Mesmo se todos os eleitores dos demais candidatos (à exceção de Luizianne) transferissem os votos para ele, ainda assim não conseguiria vencer no segundo turno.
Portanto, Wagner precisa de, pelo menos, um bom naco dos votos da candidata petista. Claro que outras variáveis podem surgir. Por isso Sarto quer aproximar-se de Luizianne, de modo a atrair o prestígio dela para suas fileiras, para sentir-se mais seguro.
Silêncio O fato é que, mesmo derrotada eleitoralmente, o comportamento de Luizianne pode ser determinante para definir quem sairá vitorioso no segundo turno. (E seu silêncio favorece mais o candidato do PDT do que o representante do Pros.)
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