O meu colega Guálter George publicou artigo nesta segunda-feira (23/11/2020) de manhã com o seguinte título: É da natureza da etapa e parece bom respeitá-la, referindo-se aos debates que os candidatos devem ao distinto público no segundo turno da campanha eleitoral.

A natureza da etapa
Certo que, no primeiro turno, com a profusão de concorrentes é até compreensível que algum candidato se recuse a entrar na algaravia que se transformam os confrontos entre dez ou mais adversários.

Porém, como diz Guálter, faz parte da “natureza da etapa” que os dois candidatos mais votados compareçam aos debates para explicitar melhor as suas propostas. Nesse aspecto, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol) vêm dando exemplo em São Paulo.

Ausência
Por isso, torna-se incompreensível a ausência deliberada de José Sarto (PDT) ao debate promovido pelo O POVO - realizado na mesma segunda-feira à noite - e transmitido em suas diversas plataformas. À falta do oponente, foi realizada uma entrevista com o Capitão Wagner (Pros), conduzida por Marcos Tardin com a participação de Adailma Mendes, Carlos Mazza e Érico Firmo, todos jornalistas do O POVO.

Agenda
A explicação da assessoria de Sarto foi “falta de agenda”. Porém, ainda no primeiro turno, nas negociações da sabatina realizada pelo O POVO, todos os candidatos, por seus representantes, assinaram compromisso dispondo-se ao debate caso passassem ao segundo turno.

Falta
Durante a semana passada, a assessoria de Sarto foi convidada mais de uma vez para reuniões para acertar as regras do debate, mas sempre se esquivava. Por fim, o editor-executivo de Política, Guálter George, que coordena a cobertura das eleições, marcou reunião para sexta-feira passada (20/11/2020) e comunicou aos representantes do candidato do PDT. Não compareceram.

Os canais ficaram abertos até momentos antes do debate, para que houvesse a participação de Sarto, porém a “agenda” o impediu de comparecer.

Marola
Mais do que agenda, o que deve ter influenciado a ausência de Sarto foram as pesquisas, tanto O POVO/Datafolha quanto o Ibope, que o apontam com 20 pontos percentuais a mais em relação Wagner.

Em casos assim, os marqueteiros dizem que é melhor não fazer marola. Porém, eleitores não gostam de candidatos que se recusam a expor suas propostas, escapando dos debates com justificativas pouco convincentes.

A distância entre os candidatos é grande, mas ninguém ganha eleição de véspera.