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Sarto vence, mas Wagner sai fortalecido
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Sarto vence, mas Wagner sai fortalecido

Como se dizia no antigamente, “as urnas falaram”. E a resposta que elas nos deram foi que o deputado estadual José Sarto (PDT), atual presidente da Assembleia Legislativa, será o prefeito de Fortaleza nos próximos quatro anos, a partir de 1º de janeiro de 2021.

Pesquisas
Só que elas não falaram exatamente como indicavam as pesquisas, que previam vitória relativamente folgada para o candidato do PDT. A disputa foi “voto a voto”, como se diria se eleições ainda fossem em cédulas de papel.

Sarto conseguiu 51,69% dos votos ante o índice de 48,31% para Wagner. Em número absolutos: 668.652 eleitores votaram em Sarto e 624.892 optaram por Wagner, diferença de 43.760 votos.

Oposição
Apesar da derrota, o grupo representado por Wagner - coordenado pelo senador Eduardo Girão (Podemos), integrado também por Geraldo Luciano (executivo da empresa de saúde HapVida) - sai bastante fortalecido do embate, firmando-se como principal opositor dos irmãos Ferreira Gomes.

Conservadores
E, caso prevaleça o orientação do senador Eduardo Girão, será um arranjo política que defenderá propostas conservadoras nos costumes - uma pauta parecida com a do presidente Jair Bolsonaro -, à exceção de facilitar o armamento da população. Espírita, o senador manifesta-se contra qualquer tipo de violência.

Grupo político
Ressalte-se, por óbvio, não haver nada ilegítimo em as pessoas se organizarem politicamente, pois é próprio das democracias. Mas não dá para comprar pelo valor de face o discurso de não haveria nenhum outro interesse na peleja, a não ser as declaradas boas intenções dos jogadores.

Pensando em 2022
Todos os partidos estão sim pensando em 2022 e, certamente, o grupo de oposição aos Ferreira Gomes terá candidato a governador nas próximas eleições. O candidato “natural”, à minha análise, seria Eduardo Girão, mas com a derrota à Prefeitura, o senador pode ter perdido essa condição, pois Wagner tornou-se símbolo da oposição ao grupo dos irmãos Gomes.

Teoria e prática
Sarto, por sua vez, não terá vida fácil. Pressionado pela votação apertada terá de mostrar serviço logo de saída. O discurso de ser parte de um “time”, que lhe garantiria a implementação de projetos, é bom para discurso de candidato, mas terá de ser provado na prática.

Câmara dos Vereadores
O prefeito eleito também menos terá folga na Câmara comparado ao atual, Roberto Cláudio. Sua coligação elegeu 25 vereadores, o que lhe dá maioria entre os 43 integrantes. Mas os coligados com Wagner fizeram 12 parlamentares, somando-se a eles os eleitos pelo PT (3); do Psol (2) e PSL (1), forma-se uma bancada de 18 opositores.

Emprego e crise sanitária
As propostas de Sarto giraram basicamente em torno de dois temas: a geração emprego e renda e de fortalecimento da economia local, com programa de microcrédito para jovens e mulheres e o enfrentamento da crise sanitária, prometendo vacinação contra a Covid-19 para toda Fortaleza, assim que as vacinas estiverem à disposição. Inclusive, na proposta do prefeito eleito, a vacinação dos grupos de risco seria feita domiciliarmente.

No entanto, não foi apresentado detalhamento dessas propostas. Assim, o melhor que pode fazer cada eleitor é listar as proposições apresentadas para cobrar que o candidato transforme o discurso de campanha em realidade no cotidiano do fortalezense.

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