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Bolsonaro: um zelador incompetente
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Bolsonaro: um zelador incompetente

Se alguém ouvisse a lengalenga de Jair Bolsonaro, sem saber que ele é presidente do Brasil, imaginaria que ele seria um dos mais ferrenhos adversários do governo.

Terra de Santa Cruz
Acontece que ele não se responsabiliza por absolutamente nada que acontece nessa Terra de Santa Cruz e comenta os problemas que se abatem sobre o País, como se ele fosse apenas um observador crítico da realidade e não o fulano eleito para agir sobre essas mazelas.

Umas de suas lorotas recentes, dispara em direção a um grupo de apoiadores foi a seguinte:

“O Brasil está quebrado e eu não consigo fazer nada”, em justificativa por não ter ainda corrigido a tabela do Imposto de Renda.

Primeiro: o Brasil não está falido.

Segundo: se há alguém que pode fazer alguma coisa é o presidente da República. Reconhecer incompetência para tal, equivale a abdicar do cargo, mantendo-se como um presidente figurativo, porém destrutivo.

Terceiro: segundo levantamento da plataforma jornalística Congresso em Foco, 74% foi o percentual de alinhamento da Câmara com o governo em 336 votações. Portanto, apoio não lhe falta no parlamento. O que falta são propostas, principalmente econômicas, que deveriam ser encaminhadas pelo governo.

A fieira de justificativas para a sua inoperância, pela falta de propostas e ausência de alguém que trrabalhe no governo é longa.

Pela própria dicção presidencial.

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre.” Sobre as mortes por Covid-19. (Abril 2020)

Não sou coveiro, tá?”. A respeito do mesmo assunto (Abril 2020)

“Já está feito, já pegou fogo, quer que faça o quê?” Quando o Museu Nacional pegou fogo. (Setembro 2018)

Desemprego também não é problema do Jair.

Acabaram com o emprego no Brasil e a gente agora vai ter que trabalhar para recuperar.” Atribuindo ao isolamento social, devido à pandemia do coronavírus, o aumento do desemprego. Prestem atenção no uso do sujeito indeterminado. (Julho 2020)

Mas, neste janeiro de 2021, o culpado é outro. Agora, a responsabilidade pelo desemprego é do próprio trabalhador.

"Então, é um país difícil de trabalhar. Quando fala em desemprego, né, [são] vários motivos. Um é a formação do brasileiro. Uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada. Nós importamos muito serviço.” (Janeiro 2021)

Resumindo, o que Bolsonaro faz é um discurso para a sua banda mais fanática, que acredita em qualquer embuste do “mito”. E assim será até o fim do mandato: um mandatário ausente, cuja único trabalho é comentar os problemas como se o negócio não fosse com ele.

Para concluir, mas uma frase exemplar do presidente

“Eu tenho o Brasil para zelar.” Em resposta do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, que disse ter saído do governo por ter uma “biografia a zelar”(abril 2020)

A única coisa a se pode dizer é que Bolsonaro é um zelador incompetente.

O pó
Assim, o que ele merece, não são as sugestões sinistras que estão lhe fazendo, mas levar um tombo equivalente ao de seu mito particular, Donald Trump, sentindo o gosto amargo do pó da derrota. Um perdedor.

Foto do Plínio Bortolotti

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