Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Um militar covarde no campo de batalha certamente seria execrado pelos seus camaradas, pois tal comportamento poria em risco toda a tropa. No entanto, os militares parecem não se importar com a covardia intelectual que acomete uma boa parte (se não todos) os generais que compõem o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Mau militar Talvez porque se submetam, eles mesmos, a um chefe considerado “mau militar" por ninguém menos do que o general Ernesto Geisel, um dos ditadores do período 1964/85, os anos de torturas e mortes, incensados por Bolsonaro.
No entanto, a covardia intelectual, em tempos de crise, é tão ou mais perigosa do que a pusilanimidade física, pois pode resultar na morte de milhares de pessoas, como acontece agora no Brasil.
Falta de zelo Observem, nas dependências das Forças Armadas todos os cuidados para evitar a Covid-19 foram tomados. Entretanto, nenhum dos centenas de militares que infestam o governo teve a coragem de confrontar o presidente para dizer que o mesmo zelo deveria ser estendido a todos os brasileiros.
Um manda... Pelo contrário, vejam o caso do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello: depois de ter assinado um acordo com o Instituto Butantan para o fornecimento do imunizante Coronavac, o traste que ocupa a presidência da República arreliou-se e mandou cancelar o contrato da vacina "chinesa".
Dignidade Se Pazuello, um general da ativa, tivesse um mínimo de dignidade, deveria ter pedido o quepe e ido para a casa, porém, covardemente limitou-se a dizer: “Senhores, é simples, um manda e outro obedece". Seu nome ficará gravado na história como general Eduardo “um manda outro obedece" Pazuello.
No escondido Recentemente, sem saber que estava sendo gravado, o ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, disse que tomou a vacina contra a Covid-19 “escondido", pois fora orientada a fazer assim (não disse por quem). E acrescentou: “Não tenho vergonha, não. Eu tomei e vou ser sincero, porque, porra, eu, como qualquer ser humano, eu quero viver. E se a ciência e a medicina estão dizendo que é a vacina, né (...), quem sou eu para me contrapor?"
General, o seu chefe, sempre contraria “o que a ciência e a medicina estão dizendo” e o senhor nunca teve a coragem de chamar-lhe a atenção ou demitir-se do governo, por agir de forma confrontante com o seu pensamento.
Brasileiros querem viver E, ainda general, se o senhor quer viver, mais de 200 milhões de brasileiros também o querem. Ou o sr. acha que a subordinação ao presidente vale mais do que a vida de seus compatriotas?
Que tipo de militares são aqueles que não honram a farda que vestem?
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