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Um governo sem corrupção, o de Bolsonaro?
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Um governo sem corrupção, o de Bolsonaro?

O último bastião dos bolonarianos renitentes, mas que não conseguem defender mais nenhum aspecto das políticas emanadas do Palácio do Planalto, é encher os peitos para exclamar orgulhosamente: “Pelo menos nesse governo não tem corrupção”.

Quando são lembrados que Bolsonaro e família sempre viveram às custas do Estado, com rachadinhas, depósitos incompreensíveis depósitos na conta da primeira-dama, inexplicáveis compras de imóveis com dinheiro vivo, e o depoimento de Ciro Gomes afirmando que Bolsonaro roubava na cota de gasolina, quando era deputado federal, eles dizem que isso foi “antes” de o capitão ter chegado à Presidência. E ainda repicam: “Mas não é nada comparado ao que o PT roubou”. Como se a honestidade se contasse pelo tamanho do roubo e não pela ética.

No entanto, a Polícia Federal (PF) varejou endereços do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em São Paulo, Pará e Distrito Federal, para colher provas que poderão confirmar suspeitas dos seguintes crimes:

1) Corrupção: todo mundo sabe o que é.
2) Facilitação de contrabando: também dá para imaginar o que significa.
3) Advocacia administrativa: o servidor público defender interesses privados onde exerce suas funções.
4) Prevaricação: retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição legal, visando o interesse pessoal.

É uma coleção de delitos para ninguém botar defeito.

Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo no Supremo Tribunal Federal, dispõe de um relatório de inteligência financeira indicando “movimentação extremamente atípica” em um escritório de advocacia que tem Salle como sócio. Entre 2012 e junho de 2020 as transações na conta somaram R$ 14 milhões.

Bolsonaro, até agora, não deu sinais de que pretende afastar Ricardo Salles, podendo até mesmo emprestar-lhe apoio. Não seria surpreendente, pois o negócio com o Centrão foi claro indicativo de que Bolsonaro está disposto a tudo para se manter no poder. E Salles lhe é útil.

Mas seus seguidores fanáticos vão arranjar justificativa para defender o “mito”, provavelmente culpando os "comunistas" e a imprensa. Eles sempre têm uma desculpa, fabricada na realidade paralela em que vivem.

 

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