Anarquia militar promovida por Bolsonaro serve a plano ditatorial
Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Anarquia militar promovida por Bolsonaro serve a plano ditatorial
Fez-se a vontade ditatorial do presidente Jair Bolsonaro: o transgressor, general da ativa Eduardo Pazuello, não sofrerá nenhuma punição devido à pixotada que fez ao participar de um ato político, ao lado de seu patrão, no Rio de Janeiro. A ordem imperial foi acatada docilmente pelo seu Exército particular.
Regulamento O Regulamento Disciplinar do Exército é cristalino ao proibir que militares da ativa participem de “manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político”. E vai além ao registrar que também incorre em transgressão o oficial que “deixar de punir o subordinado que cometer transgressão”. Portanto, o comandante do Exército, Paulo Sérgio de Oliveira, também comete infração ao passar a mão na cabeça de Pazuello.
Por R$ 16 mil A situação assim se desenhava desde o recuo do alto comando ao não ter emitido, de pronto, uma nota a respeito do assunto para dar alguma satisfação ao distinto público a respeito da transgressão de Pazuello.
Em seguida, veio a nomeação do general para um cargo criado especialmente para ele, o de secretário de Estudos Estratégicos da Presidência, com o salário de R$ 16 mil, que vai acumular com seus proventos do Exército, ainda que estoure o teto do funcionalismo, pois os fardados dispõem dessa benesse concedida pelo capitão.
Acoelhamento Assim, não se constitui surpresa o acoelhamento do "alto comando" humilhando-se ao aceitar uma explicação zombeteira de Pazuello, dizendo que o ato não foi político-partidário porque Bolsonaro não é filiada a nenhum partido e não se está em período eleitoral. Palhaçada é o nome mais generoso para essa justificativa, deglutida pelo comandante do Exército.
Centrão fardado Desse fato, consolidam-se duas observações: 1) Bolsonaro especializou-se em ridicularizar militares, que se prestam a esse vergonhoso papel em troca das sinecuras recebidas, uma espécie de Centrão fardado, um partido da boquinha militar. 2) Ao mesmo tempo, o presidente inicia a organização de um exército para chamar de seu, como já o faz, que obedeça às suas ordens acima da Constituição e dos interesses do povo brasileiro.
Milícia Nesse agrupamento armado, pode chamar também de milícia, terão lugar sublevantes do Exército e das Polícias Militares, sendo Pazuello o candidato a comandá-lo, a partir de uma secretaria de "Estudos Estratégicos" da Presidência.
Portanto, incentivar a anarquia no Exército e nas Polícias Militares faz parte de uma tática, cuja estratégia é instalar uma ditadura no Brasil, tendo Jair Bolsonaro como condottiere.
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