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É preciso deter a insurgência na polícia
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

É preciso deter a insurgência na polícia

O assassinato de Kathlen Romeu, mulher negra de 24 anos, grávida, atingida por uma "bala perdida" durante uma operação da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, é mais uma prova que as polícias agem sem controle, à revelia do comando dos governadores, fazendo e desfazendo (as cenas do crime) do jeito que lhes dá telha. O fato aconteceu um mês depois de a polícia civil invadir a favela do Jacarezinho em uma ação que deixou 28 mortos. Isso dá uma ideia da petulância criminosa de integrantes das corporações, que sabem ficará impune.

Motim no Ceará
Um dos pontos de inflexão da perda de controle, que preocupou governadores de todo o País, foi o motim da PM do Ceará em 2020, quando manifestantes tomaram quartéis e agiram como facção criminosa em Sobral, percorrendo as ruas mascarados, armados e obrigando os comerciantes a fecharem seus estabelecimentos. Em dos confrontos, o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi atingido com dois tiros no peito, cujo autor até hoje não foi identificado.

O guarda da esquina
A sequência de abusos “menores” do “guarda da esquina”, seguem em aspiral ascendente, podendo ser contados às dezenas. As vítimas preferenciais são os negros e opositores do presidente Jair Bolsonaro. Foi o caso do oficial da PM que apelou para a Lei de Segurança Nacional (LSN) para algemar e prender um professor em Goiás, que se recusou a tirar de seu carro uma faixa com os dizeres “Bolsonaro genocida”.

Recife
Porém, um dos atos recentes e mais ousado desses sediciosos, aconteceu em Recife, na manifestação, pacífica, contra o governo federal, cuja palavra de ordem era “fora Bolsonaro”. Duas pessoas (que não participavam do ato) foram atingidas por balas de borracha, uma perdeu um olho; a outra também corre o risco de ficar cega.

Ataque
A ordem para o ataque, pelo que se sabe até agora, foi dada diretamente pelo comando da PM pernambucana. Além do fato de o comandante sentir-se à vontade para bancar atitude de tal gravidade, sem consultar o governador, a arremetida contra os “inimigos” foi selvagem. Os policiais atiraram para atingir-lhes pontos vitais, quando o protocolo, em qualquer país civilizado, manda atingir as pernas dos manifestantes, quando houver necessidade de disparar.

Golpe na democracia
A eleição de 2022 se aproxima, e vivemos um momento perturbador, pois fica cada vez mais claro que hoje há um segmento da PM disposto a acompanhar o presidente Jair Bolsonaro em uma aventura golpista, além de grupos milicianos, e um setor do Exército que lhe é fiel, prontos a golpear a democracia. Assim, é preciso deter com urgência essa marcha em direção à ditadura.

Foto do Plínio Bortolotti

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