Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Bolsonaro dirige um governo da destruição, cujo propósito é fomentar o caos, pois o esgoto é o único lugar onde se podem mover com desenvoltura criaturas desse tipo.
Mesmo jornalistas críticos do presidente da República repetem o mantra de que não existe perigo de Jair Bolsonaro apelar para um golpe de Estado.
Muitos desses são os mesmo que viam um “lado bom” no governo, representado por Paulo Guedes, muito elogiado, nos primórdios pela equipe “técnica”, de “alta qualidade”, segundo esses colegas, que ele ajuntou no Ministério da Economia.
São também dessa estirpe aqueles que a cada ação tresloucada de Bolsonaro acreditavam no conto da carrochinha: uma reunião mágica dos “três poderes” que acalmaria a fera.
Debaixo da minha modéstia, sempre afirmei nessas mal traçadas, que só havia um ministro no governo, e que o nome dele era Jair Messias Bolsonaro, que fazia e desfazia, tendo como único critério “sou eu quem mando”.
Além disso, como bom profeta do óbvio, preconizei, no princípio dessa tragédia, que Bolsonaro era um elemento na casa do sem jeito, que nunca iria mudar.
Não me espanta, portanto, que ele tenha xingado de “filho da puta” o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), escalando o conflito a níveis siderais, depois de ter levado uma carraspana da Suprema Corte.
«...é uma espécie de Coringa, do Batman, um agente do caos, que só se realizará quando estiver reinando sobre um monte de escombros: “Introduza um pouco de anarquia. Perturbe a ordem vigente e então tudo se torna um caos. Eu sou um agente do caos. E sabe, a chave do caos é o medo!”»
Voltei à carga no dia 21/3/2021, reproduzindo um trecho do discurso em que Bolsonaro, recém eleito, fez em Washington que é o verdadeiro programa de seu governo, que vem sendo cumprido à risca:
“O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos de desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa, para depois, então, começarmos a fazer”.
Portanto, é um governo da destruição, cujo propósito é fomentar o caos, pois o esgoto é o único lugar onde se podem mover com desenvoltura criaturas desse tipo.
Voltando ao primeiro parágrafo.
Portanto, uma solução de força está entre as possibilidades bolsonarianas. E o perigo de Bolsonaro apelar para um golpe de mão é cada vez mais presente, pois ele está cada vez mais pressionado, e seu governo e sua imagem estão desmoronando.
Outra questão, é se o golpe se concretizará. Porém mesmo derrotado, seus efeitos nefastos serão uma conta a pagar por esta e as próximas gerações, já não bastassem — independentemente de qualquer outra desgraça — a fatura que herdaremos desse governo de brutalidades.
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