Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
A palavra "cadeia" é chave no discurso de Bolsonaro, pois esse é o seu maior temor. Assombra-o ainda o fato de as grades rondarem do zero um ao zero quatro, com investigações policiais e do Ministério Público envolvendo também agregados e apaniguados.
A partir de agora quem — seja partido ou pessoa física — continuar ao lado do governo do presidente Jair Bolsonaro, tem de ter a coragem de assumir que está apoiando a implantação de uma ditadura no País.
Não mais haverá ingenuidade ou desculpa possível, tipo “é apenas retórica”, que justifique continuar defendendo um governo genocida e que pretende sufocar a democracia, como já ficou demonstrado inúmeras vezes, por palavras e gestos.
Se ainda restava alguma dúvida de que Bolsonaro nunca foi um presidente, porém um candidato a ditador, foi desfeita nos atos de 7 de Setembro, convocados pelo próprio para pisotear as instituições.
O que os manifestantes pediam, atendendo às diretrizes de Bolsonaro, era o fechamento do Supremo Tribunal Federal (ST), intervenção militar e “voto impresso e auditável”, o que já foi derrubado em votação no Congresso Nacional. Foi ele o incentivador e líder dessa teratologia exposta à luz do sol.
Um aparentemente destrambelhado Bolsonaro vociferou contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal (STF), xingado-o de “canalha” e disse que não mais cumprirá decisões suas decisões, o que equivale a descumprir ordens da Corte.
Na verdade, com a declaração de que somente sairia do Palácio “preso, morto ou vitorioso”, mas que jamais será preso, Bolsonaro tentou dar um tom messiâncio à sua declaração, porém, a sua falta de talento para discursar (noves fora sua incompetência para governar), fez sua atuação assemelhar-se a um esquete de quinta categoria.
Como, supõe-se, ele não tem o ânimo para imitar Getúlio Vargas, está dizendo que pretende ficar na marra na cadeira presidencial, como tentou fazer seu ídolo, Donald Trump. Para isso precisa excitar a sua horda e assim mantê-la mobilizada para chegar ao ponto em que a violência verbal transforma-se em ação física.
No mais, a palavra “cadeia” é chave no discurso de Bolsonaro, pois esse é o seu maior temor. Assombra-o ainda o fato de as grades rondarem do zero um ao zero quatro, com investigações policiais e do Ministério Público envolvendo também agregados e apaniguados. Além da CPI da Pandemia, que lhe morde os calcanhares.
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