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E Guedes não se envergonha
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

E Guedes não se envergonha

Plínio Bortolotti
plinio@opovo.com.br
Jornalista do O POVO (Foto: O POVO)
Foto: O POVO Plínio Bortolotti plinio@opovo.com.br Jornalista do O POVO

Tem gente dizendo que as máscaras estão caindo. Porém, surpresa: os que se vê por detrás do disfarce são as mesmas caras lavadas que acompanham essa turma desde a campanha eleitoral, por uma "nova política". Assim, verdade seja dita, é preciso reconhecer-lhes a qualidade de não possuírem duas caras, só têm uma: e é bem feia. O defeito dessa gente é uma certa covardia, pois chegam à CPI da Pandemia cheios de dedos, sem confirmar a valentia cloroquínica demonstrada nas redes sociais. Mas caso aqui não é cloroquina. Trata-se de uma botija que o ínclito ministro da Economia, Paulo Guedes, mantinha escondida em "paraísos fiscais". O ministro é dono da módica quantia de 9,5 milhões de dólares. Diz que está tudo dentro da lei, declarado, etc. Não há que duvidar de sua honrada palavra.

Porém, segundo juristas de nomeada, Guedes ofendeu princípios éticos da administração pública, ainda mais quando se sabe que ele defendeu excluir taxação de recursos em paraíso fiscal do imposto de renda. Em evento da Confederação Nacional da Indústria e da Federação Brasileiro de Bancos, realizado em julho, disse ele: "Ah, 'porque tem que pegar as offshore' e não sei quê. Começou a complicar? Ou tira ou simplifica. Tira. Estamos seguindo essa regra". O milionário Guedes deveria ter vergonha de não querer pagar imposto quando esses recaem brutalmente sobre os mais pobres e sequestra recursos da classe média assalariada. Em qualquer país de respeito, a situação, por si só, seria um escândalo de grandes proporções, derrubando ministros. Porém, essa não é a regra do Bolsoganistão, esse país-bolha que existe nas redes sociais, cujos habitantes submetem-se ao "líder", de joelhos.

E assim vamos nós, de rachadinha e fura-fila de empréstimos na Caixa Econômica a um ministro que, sentado em uma montanha de dólares, reclama que empregada doméstica quer viajar para a Disney; critica o filho do porteiro que entrou na universidade; e diz que pobre, em vez de economizar, "consome tudo o que ganha".

Mas também, ministro, com a carestia dos alimentos o sr. há de dar um desconto a essa ralé que gasta o que tem e o que não tem para garantir o café da manhã, o almoço e o jantar, se tanto. n

 

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