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Bloquear fortuna de oligarcas russos aponta caminho para pressionar Putin
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Bloquear fortuna de oligarcas russos aponta caminho para pressionar Putin

"Bilionários russos pedem fim da guerra na Ucrânia", é o título de reportagem da revista Forbes Brasil. Especialistas dizem que os oligarcas russos temem perder seus ativos

Representantes ucranianos e russos (sem a presença dos dois presidentes envolvidos na guerra) estão reunidos nesta manhã (28/2/2022) para discutir sobre o conflito que abala a região e o mundo. Palavras à parte, a guerra continua.

Ocidente
Enquanto isso, nações ocidentais, especialmente os Estados Unidos (EUA) e a União Europeia (UE) buscam meios de deter a Rússia de Vladimir Putin sem mandar soldados para defender a Ucrânia, de Volodymyr Zelensky.

As medidas tomadas até agora surtiram efeito, mas não ao ponto de levar Putin ao desespero, pois ele preparou-se longamente antes de invadir o território ucraniano.

Bloqueio
Uma das medidas mais efetivas, segundo especialistas em finanças, seria o bloqueio rigoroso dos bens de oligarcas russos. Esses bilionários usam países europeus para lavar dinheiro, e seus filhos acostumaram-se à vida ocidental, residindo em capitais europeias como Paris, Londres e Mônaco.

Calcanhar de Aquiles
Para o colunista do jornal americano New York Times, Paul Krugman (Prêmio Nobel de Economia em 2008), o dinheiro que oligarcas russos escondem (e lavam) no exterior poderia ser o “calcanhar de Aquiles de Putin”. (Edição de 24/2/2022)

Corrupção
No entanto, diz ele, para levar essa medida à frente, o Ocidente precisaria assumir a sua própria corrupção. Segundo o economista, há dois fatos incômodos nessa política.

O primeiro é que pessoas influentes — da política e da área de negócios — estariam envolvidas financeiramente com os cleptocratas russos.

Depois, que ir atrás dos recursos que eles legalizam no exterior, tornaria a vida mais difícil para todos os lavadores de dinheiro, pois pessoas ultra-ricas de todo o planeta têm valores escondidos em contas offshore.

Influência
Segundo a revista Forbes Brasil (27/2/2022), “os chamados oligarcas da Rússia, que já exerceram influência significativa sobre Yeltsin na década de 1990, estão passando por um caos econômico com as sanções impostas recentemente pelo Ocidente devido à invasão da Ucrânia”.

O título da reportagem é “Bilionários russos pedem fim de guerra na Ucrânia”.

Em silêncio
A matéria da Forbes também comenta a reunião organizada pelo Kremlin na semana passada, entre Putin e cerca de 40 grandes empresários russos. Segundo a revista, os miliardários ficaram em silêncio sobre o conflito.

Super-ricos
Por sua vez, os ultra-ricos ucranianos estão se unificando em torno de Zelensky. Como declarou Taras Berezovets, analista político ucraniano e apresentador de TV, à Forbes (25/2/2022): “Eles perceberam que Putin representa uma ameaça clara para toda a Ucrânia e também para seus ativos”.

Cleptocracia
Portanto, aumentar o cerco sobre a fortuna cleptocracia russa parece, de fato, o caminho para pressionar o Kremlin.

Mas, como pergunta Krugman: o mundo democrático estaria disposto a enfrentar esse desafio?

Para ele, a dúvida será respondida em alguns meses.

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