Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Segundo levantamento do Uol, a Procuradoria-Geral da Repúblicas, sob Aras, não fez nenhuma denúncia contra o presidente, tendo já arquivado 104 pedidos de investigação contra Bolsonaro.
Com a panelão da política continuando a ferver, incluindo duas pesquisas recentes — Datafolha e Quaest — dando uma diferença média de 15 pontos percentuais em favor de Lula contra o presidente Jair Bolsonaro na disputa presidencial, o aparecimento Augusto Aras para defender sua atuação à frente da Procuradoria-Geral da República parece já notícia velha. Mas vamos a ela, pois é interessante ver como opera esse aliado de Bolsonaro, que preferiu o ataque à defesa para explicar-se.
Em vídeo, Aras acusou parlamentares de usarem indevidamente a Justiça para expô-lo publicamente. “Nós temos um fenômeno na nossa gestão, que é novo”, disse ele, “é o fenômeno de parlamentares, vários parlamentares, fazerem representações sobre o mesmo fato para provocar matérias de jornal”.
Segundo o procurador-geral, o objetivo seria demonstrar que ele manda arquivar todos os procedimentos abertos contra o presidente, “o que não é verdade”, afirmou. O problema, disse, é que parlamentares estariam usando o sistema de Justiça “para fins políticos”. Afirmou que não havia tomado nenhuma providência contra esses deputados e senadores, “ainda”, mas que via “abuso” nesse tipo de comportamento. Na sequência, cobrou “autocrítica” da imprensa por não atentar para essa suposta manobra dos parlamentares.
Segundo levantamento do Uol, a PGR, sob Aras, não fez nenhuma denúncia contra o presidente, tendo já arquivado 104 pedidos de investigação contra Bolsonaro, considerando as petições enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) a partir do início da atual gestão, em setembro de 2019. Pergunta-se: como explicar que uma centena de queixas se transformem em “representações sobre o mesmo fato”?
Além disso, a inanição de Aras está incomodando até seus colegas de parquet. No mês de julho, 43 integrantes do Ministério Público, atuando na área de direito do cidadão, encaminharam representação pedindo que o procurador-geral abrisse investigação contra o presidente pelos ataques desferidos contra o sistema eleitoral, em uma reunião com embaixadores de países estrangeiros.
Assim, as desculpas de Aras para não melindrar o presidente esbarram em um muro intransponível: o diabo da realidade.
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