Qual remédio Bolsonaro vai culpar pela fraude na caderneta de vacinação?
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Qual remédio Bolsonaro vai culpar pela fraude na caderneta de vacinação?
A encrenca vai sobrar para os auxiliares do ex-presidente. Mas alguém, que não esteja sob efeito de alguma droga, haverá de crer que seus subordinados fariam alguma coisa sem ordens expressas do chefe?
Desde que deixou a Presidência da República, Jair Bolsonaro, em vez de ser seguido por um séquito de áulicos, como estava acostumado, passou a ter em seu encalço a Polícia Federal (PF).
O crime da hora é a falsificação de registros na caderneta de vacinação dele e da filha; do ajudante de Ordens “Pau pra toda obra” tenente-coronel Mauro Cid , sua filha e esposa. Cid e mais alguns cortesãos do círculo íntimo de Bolsonaro tinham ordem de prisão contra eles, sendo devidamente recolhidos pela PF.
Como nas outras ocasiões em que teve de responder pelas suas ações, Bolsonaro dá uma de migué e diz que o negócio não é com ele.
Foi o caso quando, em uma visita à Polícia Federal, para responder pelo compartilhamento de um post golpista, ele disse que o fez sob efeito de remédio.
Das três uma:
1) Durante todo o seu governo ele esteve sob o efeito de alguma droga (legal, não estou acusando ninguém de nada), pois sua atividade principal era atacar as instituições e pregar um golpe contra a democracia.
2) É um covarde que não sustenta o que faz nem o que diz.
3) É um grande mentiroso.
Quando precisou responder pelas joias milionárias recebidas de príncipes sauditas, disse, segundo a sua defesa, que só soube do material um ano depois da apreensão do pacote pela Polícia Federal. No entanto, o Estadão mostrou que, no período, houve oito tentativas de retirar o estojo de R$ 16,5 milhões retidos pela Receita. Noves fora, o fato de ele ter ficado bem quietinho sobre um segundo kit de joias que estava entre seus pertences.
Agora, no caso das cadernetas de vacinação sob suspeita de fraude, a conversa fiada é a mesma: o negócio não é com ele:
“Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Não existe. Eu não tomei a vacina e ponto final".
Observe o “não existe adulteração de minha parte”: ele sabe que a PF não faria uma operação de tal envergadura sem ter provas do crime.
Bolsonaro está jogando a culpa para terceiros, portanto vai sobrar para seus auxiliares. Mas alguém, que não esteja sob efeito de remédio, haverá de crer que seus subordinados fariam alguma coisa sem ordem expressa do chefe?
Qual remédio Bolsonaro vai culpar desta vez?
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