Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
É notória a existência de esgotos clandestinos, desde sempre, nas aldeotas e beira-mares, sem que ninguém incomode os criminosos ambientais, pois de alto coturno
Existe uma ridícula disputa entre a Companhia de Água e Esgoto (Cagece), leia-se governo do Estado, com a Prefeitura de Fortaleza para indicar quem seria o responsável pela poluição de um trecho de praia, causada pelo despejo de lixo e esgoto em suas águas.
A polêmica somente surgiu pelo fato de a “Praia dos Crush” ser frequentada por jovens da classe média, cujas queixas têm mais possibilidade de “repercutir” nos ouvidos das autoridades competentes e incompetentes; houvesse sido nas Goiabeiras o barulho seria menor.
É notória a existência de esgotos clandestinos, desde sempre, nas aldeotas e beira-mares, sem que ninguém incomode os criminosos ambientais, pois de alto coturno. Como o estronço veio à tona busca-se um culpado pela sujeira, mas nenhum dos mandatários, municipal ou estadual, assume a obra como sua.
Parênteses: como lembrou o colega Érico Firmo, em sua coluna (5/12), a Cagece é uma empresa de economia mista controlada pelo Estado. A Prefeitura de Fortaleza contrata os serviços da companhia, pelo sistema de concessão, para administrar seus serviços de água e esgoto, como fazem outros 151 municípios cearenses.
A este jornal (5/11) o presidente da Cagece, Neuri Freitas, diz ter feito vistorias nos pontos críticos encontrando nove esgotos clandestinos; 10 ligações clandestinas para a rede de drenagem; dois “remanejamento de tubulações” e um caso de “envelopamento” da rede.
Informou que as nove ligações clandestinas de esgoto foram fechadas, mas nada disse sobre a mesma ocorrência na rede de drenagem e nem sobre “remanejamento” ou “envelopamento”, termos técnicos mal esclarecidos, mas que boa coisa não deve ser. Ao jornal, ele foi “enfático” ao dizer que a competência da fiscalização é da Prefeitura, apesar de ter tomado a providência de fechar as ligações clandestinas de esgoto. (Uma boa olhada no contrato de concessão poderia esclarecer as tarefas que cabem a cada parte.)
Se a Cagece tem condições técnicas de verificar com acuidade o que acontece na rede de esgotos, como demonstrou agora, porque cargas d’água não faz isso rotineiramente? E, se a contratante está insatisfeita com o trabalho de Cagece, que a chame às falas. O que não pode é o distinto público ficar assistindo essa briguinha de compadres que só leva a um lugar: nenhum.
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