Extremista americano diz que seu "exército" não vai parar até a "vitória final"
Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Extremista americano diz que seu "exército" não vai parar até a "vitória final"
Steve Bannon afirma que o "exército Maga" está pronto para garantir que Donald Trump vença as eleições de novembro. Ele se nega a aceitar o resultado da votação se Joe Binden sair vencedor
O presidente da França, Emmanuel Macron, acertou quando disse que uma “vitória dos extremos” poderia levar a uma guerra civil. Ele se referia à França (cujas eleições parlamentares ocorrem neste domingo, 7/7/2024), mas suas palavras podem se estender a outros países. Acrescentando que uma derrota dos ultradireitistas pode ter o mesmo resultado. Estão aí para provar as tentativas de deflagrar uma guerra civil, o seis de janeiro de 2021 (Estados Unidos); o oito de janeiro (Brasil) e o 26 de junho de 2024 (Bolívia).
Para confirmar a tese de que esses grupos têm como objetivo desmoralizar as instituições e adotar a violência para promover governos autoritários, basta acompanhar o discurso de Steve Bannon. Ele não fala como um político, mas como um general em guerra.
Bannon foi o principal conselheiro de Donald Trump na campanha eleitoral americana de 2016, e no início de seu governo. No dia 1º/7/2024 ele se apresentou a uma prisão no estado de Connecticut para cumprir quatro meses de prisão, por desacatar uma intimação do Congresso americano, que investigava o ataque ao Capitólio.
Em reportagem publicada pela BBC Brasil, ele disse que serve o seu país há dez anos, afirmando que continuará fazendo isso, mesmo preso. Porém, o serviço a que se refere, ele prestou ao movimento da direita extremista Make America Great Again (Maga), comandado por Trump.
Chama a atenção a linguagem bélica de Bannon, a começar por seu podcast, descrito como “centro de comando militar" para o Maga. O programa tem o nome de War Room (sala de guerra) — e continuará a ir ao ar, com outros apresentadores, mesmo com ele preso.
Ainda, segundo a BBC, para a campanha deste ano Bannon disse que o "exército Maga" está pronto para garantir a vitória de Trump. E que esse exército “não pode e não irá parar até a vitória final". Segundo ele, militantes estão prontos para rodar por todo o país para pressionar as seções eleitorais.
É “impossível”, disse Bannon, que Joe Biden ganhe a eleição em novembro. Portanto, não há como o “exército Maga” aceitar o resultado se o presidente Biden for reeleito. Ao mesmo tempo, Trump promete perseguir adversários, caso assuma novamente o governo, e disse que haverá “um banho de sangue para o país” se ele perder as eleições em novembro.
É ou não é um chamado insurrecional a uma guerra civil, quando um movimento diz que somente aceita um resultado eleitoral que lhe favoreça, prometendo um “banho de sangue”, caso seja derrotado?
Obs.A declaração de Trump sobre “banho de sangue” foi em um contexto em que ele defendia taxar carros importados. Mas, normalmente, a extrema direita usa essa tática para dizer que não disse aquilo que de fato declarou. Ou mesmo para difundir o medo. O trecho é este: “Nós vamos colocar 100% de taxa em cada carro que passe pela fronteira! Isso se eu for eleito. Agora, se eu não for eleito, vai ser um banho de sangue para todos — isso para dizer o mínimo — vai ser um banho de sangue para o país, isso para dizer o mínimo. Vocês não vão nos vender esses carros construídos em fábricas gigantescas (na China).”
É o famoso “apito de cachorro”.
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