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Um desafio a Bolsonaro
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Um desafio a Bolsonaro

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, garante que será candidato a presidente, "mesmo concorrendo com outros nomes da direita". Em entrevista à FSP disse que o país está cansado do jeito como Bolsonaro e seus aliados fazem política. "Ninguém aguenta mais (…), essas coisas cansaram"
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado e o presidente da República, Jair Bolsonaro falam à imprensa no Palácio da Alvorada (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil O governador de Goiás, Ronaldo Caiado e o presidente da República, Jair Bolsonaro falam à imprensa no Palácio da Alvorada

Por vezes a atitude grotesca de alguns seres que habitam o circo de horrores da extrema direita, parece incomodar até mesmo seus pares que, em período eleitoral, querem mostrar que conseguem usar talheres à mesa.

Foi assim no caso da deputada federal Carla Zambelli (PL) que, de arma em punho, perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo, nas vésperas das eleições de 2022.

Agora, na eleição de Fortaleza, foi a vez do “Inspetor” Alberto (PL), vereador reeleito, cometer desvarios. Ele ameaçou de morte o candidato Evandro Leitão (PT) e apareceu em um vídeo torturando um porco, xingando e fazendo trocadilhos com o sobrenome de Evandro.

Nos dois casos faltou apoio de aliados para defenderem essas ações.

O que está acontecendo é uma divisão na extrema direita, com um setor querendo civilizar-se, criando personagens “moderados”, como André Fernandes e Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo), e outro que insiste em manter funcionando o circo grotesco que embalou o extremismo desde os tempos em que não ousavam dizer seu nome.

Bolsonaro, por sua vez, está chegando a um ponto que não consegue liderar nem a si, pois não sabe para onde vai. Na eleição de São Paulo por vezes incensava Pablo Marçal, que aperfeiçoou o método bolsonarista, ao ponto de superar o mestre; por outras enviava sinais ao “equilibrado” Ricardo Nunes (MDB), prefeito reeleito, que ele apoiava oficialmente. Em Fortaleza, ele foi mantido longe da campanha de Fernandes.

Com Bolsonaro claudicando, o cheiro de sangue (simbolicamente) espalhou-se e aparecem candidatos para representar a direita na próxima eleição presidencial. Quem já se apresentou abertamente (outros escondem o jogo), como candidato de direita foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), “mesmo concorrendo com outros nomes da direita”.

E disse mais, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que o país está cansado do jeito como Jair Bolsonaro e seus aliados fazem política. “Ninguém aguenta mais (…), essas coisas cansaram”.


Se é Caiado quem está dizendo, não serei eu a desmentir.

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