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Brasileiros reprovam "dia da infâmia"
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Brasileiros reprovam "dia da infâmia"

O repúdio aos depredadores furou a "bolha" da chamada "polarização", revelando que os brasileiros rejeitam a violência e o ataque às instituições como forma de fazer política
Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO  (Foto: O POVO )
Foto: O POVO Plínio Bortolotti, jornalista do O POVO

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Dois anos após o acontecimento, pesquisa da Quaest confirma que a grande maioria dos brasileiros reprova a invasão da sede dos três poderes, ocorrida em 8 de janeiro de 2023.

Esse foi o “dia da infâmia”, nas palavras da ministra do STF, Carmen Lúcia, em que um bando de criminosos invadiu e depredou o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal, seguindo o roteiro de um golpe de Estado, felizmente frustrado.

A alta rejeição ocorre tanto entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto do ex-mandatário Jair Bolsonaro, um dos implicados no golpe, segundo a Polícia Federal.

Realizada entre 4 e 9 de dezembro de 2024, a pesquisa ouviu 8.598 pessoas. A margem de erro é de apenas um ponto percentual, com 95% de nível de confiança. Isso significa que, caso a pesquisa fosse repetida 100 vezes, em 95 delas a diferença estaria dentro da margem de erro.

No total, 86% dos entrevistados reprovaram a invasão à sede dos três poderes. Entre os eleitores de Lula, o percentual de reprovação é de 88%; considerando os que votaram em Bolsonaro, o percentual dos que desaprovam é de 85%.

Apesar da alta reprovação, os percentuais vêm caindo, comparados às duas pesquisas anteriores. Atribuo a oscilação à fábrica de mentiras que se instalou nas hostes bolsonaristas para, primeiro, negar a tentativa de golpe. Em seguida, quando se tornou impossível esconder a trama golpista, o esforço virou para isolar Bolsonaro do crime.

Isso ajuda a explicar por que 50% dos pesquisados acreditam que Bolsonaro teve influência na baderna, mas 39% ainda não lhe atribuem responsabilidade pelo ataque de 8 de janeiro. Ajunte-se a isso a covardia dos partidos ditos de “centro-direita” que se recusam a condenar abertamente o golpe e, mais do que isso, pedem anistia aos malfeitores.

Porém, o dado mais importante revelado pela pesquisa é que 86% dos pesquisados condenam o episódio, sendo que 85% dos que votaram em Bolsonaro têm a mesma opinião. Isso mostra que o repúdio aos depredadores furou a “bolha” da chamada “polarização”, revelando que os brasileiros rejeitam a violência e o ataque às instituições como forma de fazer política.

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