Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Já estão na pista diversos governadores prontos para protagonizar o filme "A volta da terceira via"
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados/ dIVULGAÇÃO
Michele Bolsonaro
Já assinalei existir uma aparente contradição entre o alto nível de reprovação do governo do presidente Lula e o fato de ele aparecer como vencedor ante qualquer adversário em simulação de um segundo turno na eleição de 2026.
Observem que na mais recente pesquisa do Datafolha a avaliação do governo Lula manteve-se estável no quesito “ruim/péssimo”, com índice de 40% (o mesmo percentual de junho), com pequena variação em “ótimo/bom”, 29%, ante 28% em junho.
Quanto ao questionamento do trabalho de Lula, 46% aprovam (mesmo índice de junho) e 50% desaprovam, também o mesmo percentual de junho.
A pesquisa foi realizada depois do tarifaço promovido pelo mandatário americano, Donald Trump, o que deveria aumentar a popularidade de Lula, segundo a esperança dos governistas, que se mostra frustrada, pelo menos até agora.
Alguns especialistas, com base em estudos das pesquisas eleitorais, desde a redemocratização do País, afirmam ser necessário um percentual bem inferior a 46% de reprovação para garantir que o incumbente seja reeleito.
No entanto, segundo o Datafolha, Lula lidera no primeiro e no segundo turno em todas as simulações, fora da margem de erro, mesmo quando os adversários são Jair Bolsonaro (PL) ou Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.
Lula também derrotaria qualquer integrante da família Bolsonaro: o deputado Eduardo (PL-SP), o senador Flávio (PL) e a ex-primeira-dama Michelle. Nenhum deles passa dos 20% em um hipotético primeiro turno; Lula não teria menos de 38%.
A forma como Lula enfrentou o tarifaço, ressaltando que não aceitaria nenhuma intervenção na soberania brasileira, pode ter alavancado as intenções de voto a favor dele.
No segundo turno, o candidato que sairia melhor no enfrentamento a Lula seria o inelegível Jair Bolsonaro, com 43% dos votos ante 47% que seriam dados a Lula.
O que explica, portanto, a contradição entre alto índice de aprovação a Lula e a confiança que teria dos eleitores para cumprir mais um mandato?
Atribuir à “polarização” e à falta de alternativas é um argumento frágil, pois já estão na pista diversos governadores prontos para protagonizar o filme “A volta da terceira via”.
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