Plínio Bortolotti integra o Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Bolsonaristas complicam a situação do ex-presidente
Os aliados de Bolsonaro foram estúpidos de não preverem as consequências da convocação do ato, em um momento delicado do julgamento do ex-presidente, ou fizeram uma provocação proposital para testar o STF?
Foto: SERGIO LIMA / AFP
Políticos do Ceará embarcam para Brasília após prisão de Bolsonaro na manhã de hoje, 22
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, parece ter sido feita “a pedido” dos próprios bolsonaristas, por suas ações que complicam a situação do ex-presidente.
Isso porque, além das dezenas de implicados diretamente no ato golpista de 8 de janeiro que fugiram do país, bolsonaristas graduados tiveram comportamento parecido.
O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado por tentativa de golpe de Estado, e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada por invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também se evadiram do Brasil
Zambelli está presa na Itália, aguardando pedido de extradição feito pelo Brasil. Ramagem encontra-se em Miami, passeando com o seu, o meu, o nosso dinheiro.
Da mesma forma que aconteceu na tentativa de golpe de Estado — quando a maioria das provas foi produzida pelos próprios golpistas —, evidências do risco de fuga de Bolsonaro foram deixadas pelo caminho.
Às vésperas do trânsito em julgado do processo do pai, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocou pelas redes sociais uma “vigília de orações” na vizinhança do condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar. O movimento, por óbvio, apresentava risco de provocar uma grande desordem, como aconteceu com as manifestações em frente aos quartéis, que descambaram para os acampamentos golpistas.
Os aliados de Bolsonaro foram estúpidos de não preverem as consequências da convocação do ato, em um momento delicado do julgamento do ex-presidente, ou fizeram uma provocação proposital para testar o STF?
Outro agravante foi o aviso do Centro de Integração de Monitoração do Distrito Federal que detectou tentativa de violação da tornozeleira eletrônica aos oito minutos desta sexta-feira,
Esclarecendo que o pedido da Polícia Federal (PF) pela prisão preventiva ocorreu antes do comunicado da tentativa de rompimento da tornozeleira. Ou seja, para a PF o risco de fuga já existia antes da violação do equipamento.
No entanto, o ministro Alexandre de Moraes tomou a decisão, já sabendo da tentativa de rompimento do dispositivo, o que reforçou o pedido da PF para a prisão preventiva, deferida pelo STF.
O procurador-geral da República deu seu parecer pela prisão, reconhecendo a "urgência e gravidades dos fatos". Como tudo indica que a decisão individual Alexandre de Moraes será confirmada pela Primeira Turma, fica selada a concordância das autoridades sobre a necessidade da prisão preventiva.
Esclarecendo: a prisão preventiva de Bolsonaro não se trata da execução da pena por golpe de Estado. São medidas cautelares para garantir o cumprimento de medidas já impostas, garantir a ordem pública e evitar risco de fuga.
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