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Sóstenes é perseguido por guardar uns trocados em casa
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Plínio Bortolotti integra o Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Sóstenes é perseguido por guardar uns trocados em casa

Injustiça: um cidadão inocente não pode nem reservar o dinheiro da feira que a polícia vai atrás dele
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LÍDER do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante  (Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)
Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados LÍDER do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante


A perseguição política anda tão grande no Brasil que um cidadão inocente não pode nem guardar uns trocados em casa para fazer a feira sem ser incomodado pela Polícia Federal.

Em resumo, essa é a “narrativa” que o líder do Partido Liberal, Sóstenes Cavalcante, sustentou, na cara-dura, para justificar a montanha de dinheiro, cerca de R$ 400 milhões, encontrada na casa dele.

Sóstenes não explicou (poderia?) por que, em uma época de Pix e de transferências bancárias automáticas, ele recebeu em suposto pagamento pela suposta venda de uma casa, um pacote de dinheiro vivo. São simplesmente quatro mil notas de 100 reais, devidamente amarradas e ensacadas. Qual o problema?

Perguntado por que não depositou logo o dinheiro, alegou estar muito ocupado e, por um “lapso”, esqueceu de depositar a quantia milionária. Feliz de quem pode ter um lapso de tamanha envergadura. Um ser humano normal, ganhando R$ 1.621 por mês (salário mínimo), precisaria trabalhar duas décadas (sem gastar um centavo) para auferir tal valor.

Sobre os documentos que comprovariam a estranha transação, Sóstenes disse que apresentaria apenas no processo, por orientação de advogados.

Então tá. Não levemos em conta que já caiu o sigilo do processo.

Os velhos chavões:
“Não tenho nada a temer”.
“Quem não deve, não teme”.

Foram repetidos por agoniado Sóstenes, o que só depõe contra ele.

Mas, o que se pede ao deputado é somente que ele se abstenha de ofender a inteligência alheia.

 

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