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A CPI da Covid-19 não passa de açúcar confeiteiro
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Regina Ribeiro é jornalista e leitora voraz de notícias e de livros. Já foi editora de Economia e de Cultura do O POVO. Atualmente é editora da Edições Demócrito Rocha

A CPI da Covid-19 não passa de açúcar confeiteiro

CPI da Covid-19 instalada no Senado Federal apenas confirma o descaso com vida dos brasileiros durante a pandemia que teve início em 2020
Tipo Opinião

A CPI da Covid-19 que o presidente Jair Bolsonaro não perde a oportunidade de esnobar e ridicularizar – por certo em desespero – até o momento, além das cenas bizarras dos convocados, só confirmou o que já se sabia a grosso modo. A CPI oferece os detalhes. O açúcar confeiteiro.

Desde o ano passado, o Brasil está comendo o pão que o Diabo amassou e deu a Bolsonaro para servir ao País. O descaso com a vida das pessoas em nome do falso dilema de proteção aos empregos encobre o fato de que o desemprego já avançava sobre 13% da população economicamente ativa no início de 2020. O presidente nunca se preocupou com as mortes da Covid-19. Sempre naturalizou as consequências do vírus, lançando mão do determinismo tacanho de que todos morrerão um dia.

O presidente Bolsonaro apostou na contaminação de rebanho e por isso, infernizou a vida dos governadores e prefeitos que recorreram a medidas de isolamento social; defenestrou ministros da saúde, mesmo aquele que de tanto obedecê-lo e agora está em maus lençóis. Não precisávamos de uma CPI para saber de nada disso. Agora só ficou mais claro, mais transparente. Mas a essência continua a mesma.

A novidade da semana é a pesquisa Datafolha mostrando que a aprovação do atual presidente desidratou completamente. Pela primeira vez chega a menos de 30%, o que mostra que o País, enfim, está começando a respirar melhor e aos poucos está se movendo do estado de letargia que dava a impressão de que uma parte da população havia perdido completamente a capacidade de ver, ouvir e sentir.

A força desta segunda onde revela que este governo não aprende porque não quer nem tem capacidade para tal. Seu centro de gravidade é de uma ignorância tão brutal que reverbera em quase todo seu ministério. Os R$ 3 bilhões do orçamento paralelo talvez sejam a maior prova que a nova política de Bolsonaro nunca existiu, porque nada nele tem qualquer sombra de novidade. É apenas um homem retrógrado com ideias fixas.

Uma das suas ideias fixas são justamente as ameaças. Esbraveja que tem um Exército para chamar de seu e esse Exército particular está pronto para ir às ruas. O governo de Bolsonaro está tão desmoralizado que não passa de um grande blefe nacional. Um estorvo internacional. Sobram para ele apenas os achincalhes e os palavrões. Mas até isso daqui a pouco ficarão inaudíveis.

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