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Vinho do Porto, a primeira DOC do mundo – PARTE I
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Renato Brasil é Químico pela UFC, Mestre em Gastronomia pela Universidade Nova de Lisboa, Docente em Enologia da UNICHRISTUS, Sommelier pela Associação Brasileira de Sommeliers - SP, diretor e fundador da ABS-CE, Docente dos cursos da ABS-CE e Consultor de vinhos para Importadores, distribuidores e restaurantes. Atual 3º lugar no campeonato brasileiro de Sommeliers ABS-Brasil 2019.

Renato Brasil gastronomia

Vinho do Porto, a primeira DOC do mundo – PARTE I

Tipo Opinião
Região Demarcada do Douro (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Região Demarcada do Douro

Poucos conhecem a diversidade dos vinhos do Porto e, menos ainda, como a sua história foi construída, tornando-se a primeira região demarcada e regulamentada do mundo. Em meados do século XVII, a França e a Inglaterra, dois países que antes muito bem relacionados comercialmente, iniciaram atritos por domínio de mercados. Com aumentos de impostos e criação de barreiras de importações pelos ingleses aos vinhos de Bordeaux, os vinhos portugueses do estuário do rio Douro chegaram ao conhecimento da coroa britânica. Com características sensoriais únicas, foram ganhando espaço até que, em 1703, com o tratado de Methuen, a Inglaterra se tornou principal destino dos vinhos do Porto. Uma região com muitas particularidades, beirando em toda a sua extensão o leito do rio Douro, a zona principal de produção fica a aproximadamente 100km da cidade do Porto, que nomeia o vinho. O alto Douro vinhateiro é patrimônio mundial da Unesco desde os anos 2000, região que vale uma exploração pelos amantes do vinho.

O volume de importações de vinhos crescia de forma muito acelerada e, com o receio de perder o padrão de qualidade e o valor comercial pelas falsificações e indefinições de padronização, o intendente de Portugal, Marques de Pombal, decidiu regulamentar a produção desse vinho que era o maior produto da relação comercial com a coroa inglesa. Assim, nasceu a primeira Denominação de origem do mundo, em 1756, com a criação da Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro. Logo os limites foram definidos bem como todo o processo de produção, inclusive a definição do processo de fortificação, com a adição de aguardente viníca 77% para o interrompimento da fermentação e a forma de envelhecimento em barris de carvalho português. E, ainda, o principal: a definição do estilo de vinho a ser produzido. Todos os vinhos do Porto são blends, das mais de 100 castas autorizadas na região do Douro e de várias safras que envelhecem nos pátios das vinícolas do Douro. Com o desafio de viajar de barco até a ilha inglesa o vinho precisava de uma dose de "energia".

Os vinhos do Porto têm duas famílias que se distinguem pelo envelhecimento, os que envelhecem em garrafa, também chamados Ruby, e os que envelhecem em barris de carvalho, que se chamam Tawny. Nessa primeira parte da coluna vamos conhecer um pouco os estilos de Ruby.

Leia também | Confira mais dicas e informações do mundo dos vinhos, com Renato Brasil, na coluna Tim Tim

Churchill's Reserve Port
Churchill's Reserve Port

O robusto vinho Ruby

Com pouco envelhecimento em madeira, eles preservam o caráter frutado, com aromas de frutos vermelhos, cassis, cerejas e amoras. Os Ruby têm pelo menos 3 grandes estilos, os simples Ruby, os Late Botled Vintage e os imponentes Vintage, de uma safra única.

Burmester LBV 2015
Burmester LBV 2015

O Late Botled Vintage

Vinho de uma safra única, como um irmão do Vintage, que não conseguiu a classificação pela Comissão de Degustação do Instituto dos Vinhos Douro e Porto, mas ainda assim um vinho de altíssima qualidade.

Quinta do Vale Meão Vintage Port
Quinta do Vale Meão Vintage Port

O Ícone Vintage

Com poucos anos de envelhecimento em barris, o Vintage é um vinho produzido em anos excepcionais, com muita extração de matéria e concentração de sabores. É engarrafado com dois anos de sua produção, caso seja aprovado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto para ostentar a classificação.

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