Logo O POVO+
Conhecendo os vinhos verdes
Foto de Renato Brasil
clique para exibir bio do colunista

Renato Brasil é Químico pela UFC, Mestre em Gastronomia pela Universidade Nova de Lisboa, Docente em Enologia da UNICHRISTUS, Sommelier pela Associação Brasileira de Sommeliers - SP, diretor e fundador da ABS-CE, Docente dos cursos da ABS-CE e Consultor de vinhos para Importadores, distribuidores e restaurantes. Atual 3º lugar no campeonato brasileiro de Sommeliers ABS-Brasil 2019.

Renato Brasil gastronomia

Conhecendo os vinhos verdes

Tipo Opinião

Eles estão super na moda e têm motivo para isso. Quem não gosta de um vinho verde geladinho? Produzido no Minho, região no Noroeste de Portugal, tendo as cidades de Braga e Guimarães como referência e uma grande influência do Atlântico, com seus ventos frios e solos graníticos, estes rótulos acabaram batizando aquela área do país como Região dos Vinhos Verdes. Estes vinhos têm características sensoriais muito atraentes para o público brasileiro. São leves, aromáticos e muito refrescantes, ótimas opções para regiões quentes, culinária litorânea e até mesmo para momentos despretensiosos à beira da piscina.

A primeira dúvida em relação à região é causada pelo próprio nome, que nos induz a pensar que a cor do vinho é diferente de todos os outros, nada disso. A região dos Vinhos Verdes é nomeada assim pela sua grande área verde, com vinhas muito frondosas e que dão à região uma coloração muito verde, mas produzindo, entretanto, vinhos de uvas brancas e tintas, que depois de vinificadas produzem os vinhos Verdes; Branco, Rosé e até o vinho verde Tinto.

Geograficamente localizada no vale do rio Minho, a região produz aproximadamente 86% de vinhos brancos, 10% de rosés e somente 4% de tintos, e como todo Portugal, a maioria dos seus vinhos são feitos de uma mistura de várias uvas, nesse caso; Alvarinho, Trajadura, Loureiro, Arinto, Azal.

Como uma das poucas exceções, os vinhos da casta Alvarinho são vinificados separadamente, pela grande estrutura dos vinhos da sub-região de Monção e Melgaço. Diferente dos outros vinhos da região, os Alvarinhos têm um bom potencial de guarda e suporta harmonizações com pratos de maior estrutura, com composição de sabor mais intensa.

Os vinhos verdes são muito adequados ao nosso clima, por serem refrescantes pela acidez, aromáticos e a delicadeza de um vinho muito versátil. Devem ser servidos mais gelados, entre 7 e 10 graus, e combinam muito com gastronomia regional cearense e nordestina em geral, desde os blendies delicados para harmonizar com frutos do mar, passando pelos mais potentes e suculentos Alvarinhos, que acompanhariam muito bem uma boa peixada e até os controversos vinhos verdes tintos para buscar uma buchada. A acidez cortante das castas alvarelhão e espadeiro e sempre com taninos delicado dá boas possibilidades de harmonização com algum estilo de vinho verde. Seguem minhas sugestões de rótulos e confira ainda vídeo em que fala mais sobre os vinhos verdes. 

 

 

Casal Garcia
Casal Garcia

Casal Garcia

Um grande case de sucesso, de Penafiel da Quinta da Aveleda sai o Casal Garcia, ótimo para entradas, saladas, ou até mesmo iniciar uma jornada como aperitivo. O branco é bastante delicado, meio seco, ideal para entradas leves, de ostras, mexilhão, o nosso queijo de coalho. Um vinho excelente para paladares delicados.

Vinho Verde Tinto Pardusco
Vinho Verde Tinto Pardusco

Anselmo Mendes

Não poderia deixar de falar do vinho verde tinto Pardusco, das castas alvarelhão, pedral, borraçal e vinhão. Um tinto leve e delicado, com a refrescância de frutas vermelhas frescas e toque cítrico dão água na boca, sensação como seu grande trunfo, ajuda muito na limpeza do paladar.

Alvarinho

A recomendação é genérica, já que quase todos os vinhos de Alvarinho têm grande potencial de qualidade. Também como exceção, quase todos os vinhos que têm na sua composição a casta Alvarinho têm o seu nome citado no rótulo do vinho. Por isso, somente emitam a opinião sobre os vinhos verdes depois de provar alguns Alvarinhos.

Palácio da Brejoeira
Palácio da Brejoeira

Palácio da Brejoeira

Ícone da região, o Palácio da Brejoeira é um Alvarinho 100%, com mais estrutura, álcool e intensidade gustativa que a maioria dos vinhos verdes pecam. Com equilíbrio, é dos poucos que aguentam boa evolução e conseguem se equilibrar bem com pratos mais intensos, como lagostas e uma peixada cearense.

Foto do Renato Brasil

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?