Nosso famoso vizinho de órbita é conhecido pela cor rubra inconfundível. Mas ele tem ainda outra característica peculiar: a intensidade de seu brilho varia incrivelmente! Pode variar em mais de 80 vezes entre a máxima e a mínima. Bem mais perto do ápice que do sopé luminoso atualmente, Marte desfila no céu ao lado de uma Lua quase cheia nesta quarta-feira.

Apesar de ofuscante, a luz branca do nosso satélite não anula a do Planeta Vermelho. Pelo contrário: gera um contraste com aquele valente ponto de luz encarnado que resulta num belo espetáculo visual.

Nesta quarta, quando o Sol sumir da vista, a dupla já estará transitando no céu, baixinho, perto do horizonte leste e segue seu bailado cósmico por toda a noite, ocultando-se com o retorno do Astro-Rei, lá pelas 5 horas de quinta-feira.

No restante da semana, enquanto muda muito pouco nos horários e posicionamentos de Marte, a Lua vai nascendo a cada dia mais tarde e mais afastada do Planeta Vermelho.

Para quem quiser aproveitar a observação, vale mencionar a presença de Júpiter, brilhando forte lá no alto do céu no início da noite, e de Saturno, ostentando um brilho discreto, já mais baixo, perto do horizonte oeste, no mesmo horário.

Para identificar planetas no céu, nunca é demais lembrar: basta reparar se o ponto luminoso paradinho lá no céu pisca ou não. No primeiro caso, é uma estrela. No segundo, um planeta.

E, por fim, não poderia deixar de sugerir ao observador que procure lá pertinho da dupla Lua-Marte a constelação de Órion, famosa pelas Três Marias, e a constelação de Touro, formada por dois agrupamentos de estrelas muito característicos e fáceis de ver: as Híades, formando uma espécie de letra V, e as Plêiades, chamadas de Sete-Estrelo na tradição popular, um dos mais belos aglomerados abertos de estrelas que se pode ver a olho nu.

Céus limpos!