Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, é especialista nas áreas de História da Arquitetura e do Urbanismo, Teoria de Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Arquitetura e Urbanismo e Patrimônio Cultural Edificado. Escreve para o Vida & Arte desde 2012.
Claro, na política, assim como no futebol, sempre houve dinheiro, muito dinheiro. Nessa briga de hashtags e caneladas ainda haverá muita água para correr debaixo da ponte
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Dinheiro, Real Moeda brasileira
Diz o filósofo contemporâneo Falcão que o dinheiro não é tudo, mas é cem por cento. O grande bardo irlandês Oscar Wilde dizia que, quando jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Mais tarde, quando adulto, teve plena certeza disso. Fico com esta do Karl Marx: "O capitalismo gera o seu próprio coveiro". Poderia gastar quilos de papel e litros de tinta citando autores afamados que gastaram parte do seu precioso tempo refletindo sobre a bufunfa e os seus efeitos. Prefiro matutar sobre as caraminholas que o arame tem criado recentemente nos recônditos de duas paixões nacionais: a política e o futebol. As coisas estão aí, na nossa cara, só que é preciso lê-las e compreendê-las. Narrativas são para quem adora babar na gravata. Camadas, então, nem se fala.
O réu inelegível e inviajável e a sua turma aguardando a hora de entrar na van para ir à Papuda. A grande quantidade de pobres de direita que ainda defendem as ideias de quem os tortura cotidianamente. Os candidatos reacionários há mais tempo na vitrine (caiado, tarcísio, zema) que não conseguem empolgar o gado. A faria lima e a paulista querendo pressa na definição do nome que vai enfrentar Lula no ano que vem. Os engomadinhos presidentes da Câmara e do Senado, oportunistas e chantagistas, prestando-se a fazer o jogo imundo para impedir o governo de governar. A resposta artificialmente inteligente da esquerda (até que enfim...), o j'accuse relativo a quem é, de fato, inimigo do povo brasileiro num congresso afeito a mamatas. O refluxo dos canalhas. Muita grana. O Brasil hoje.
Enquanto isso, o campeonato mundial de clubes bomba. Cifras milionárias, repasses aos times idem, contratos estrambóticos, tudo superlativo no reino da bola. Ao mesmo tempo, a miséria das equipes nas séries B, C e D do Brasileirão, que não pararam para ver a banda passar, e a sombra e a água fresca dadas aos escretes da A. Algumas perguntas me assaltam: por que os nossos craques dão até um braço, disputam no pé-de-ferro, entram em divididas, se esfalfam nas suas onzenas estrangeiras e na seleção são um fiasco total e completo? Será que a Canarinho deixou de ser o sonho máximo dos nossos jogadores? Ou é porque há mais papel bordado num lance do que em outro? Só o Sérgio Redes, meu bom amigo, para dirimir essas dúvidas. E a final, como será? Aguardemos...
Claro, na política, assim como no futebol, sempre houve dinheiro, muito dinheiro. Nessa briga de hashtags e caneladas ainda haverá muita água para correr debaixo da ponte. Num campo, a desfaçatez em abiscoitar emendas estratosféricas sem qualquer controle público enquanto se procura aumentar os próprios vencimentos e o número de parlamentares e reduzir os investimentos em saúde e educação. No outro, a flagrante desigualdade entre os jogadores da várzea nacional e os bambambãs da cena internacional, ao tempo em que um dos principais símbolos do País vai para o brejo, situação marcada também pela corrupção na CBF. Se formos falar em religião, outro assunto caviloso, o impasse será tal e qual. Ah, Bandeira, o jeito é tocar um tango argentino. Sem o milei, né?
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